A favor da revolução: o grotesco e a destruição obsessiva como estratégias de produção - um olhar sobre a obra de Jan Švankmajer
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2014v10n16p277Palabras clave:
Teses e Dissertações. Análise Cinematográfica. Surrealismo. Grotesco. Jan Švankmajer - Cineasta.Resumen
A virada do século XIX implicou um novo cenário: com as evoluções tecnológicas tudo passou a ser mais rápido, caótico e fragmentado do que anteriormente. Na Europa, centro dessas transformações, as vanguardas artísticas, como o Dadaísmo e o Surrealismo, estremecem todas as áreas do conhecimento; para eles a arte pela arte já não satisfazia mais os ideais artísticos, além de subvertê-la era necessário transformar o mundo. É nesse contexto que o cinema torna-se foco de expressão desses acontecimentos, seu papel como uma nova arte se torna cada vez mais efetivo. Os surrealistas viam no dispositivo um canal para liberar o que convencionalmente era reprimido, permitindo que o inconsciente pudesse vir à tona como num sonho, mesclando o conhecido e o desconhecido, a realidade e o sonho, o cotidiano e o maravilhoso. Entre esses artistas está Jan Švankmajer, que também via no cinema uma forma de expressão para sua arte. Esta dissertação propõe-se a explorar as estratégias utilizadas por Švankmajer na instância da produção, através de uma análise pormenorizada de dois curtasmetragens - “Uma semana tranquila em uma casa” (Tichýtýden v dome) de 1969 e “A Morte do Stalinismo na Boêmia” (Konecstalinismu v Èechách) de 1990 - procurando demonstrar que o cinema pode encadear elementos que operam a favor de um objetivo. Jan Švankmajer mantém uma relação estreita com o modo de pensar surrealista, a estética do grotesco e a destruição obsessiva surgem aqui como elementos de ruptura da realidade e é neles que o cineasta encontra material suficiente para suscitar a inquietação no público.
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