O milho na Amazônia Peruana: entre o sagrado e o fotojornalismo ambiental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-7939.2021v18n31p11

Palavras-chave:

Fotojornalismo ambiental, Amazônia peruana, Imagem, Imaginário

Resumo

Neste artigo, discutimos avanços e tensionamentos teóricos sobre a noção de fotojornalismo ambiental e imaginário a partir do milho. Estudamos fotografias de Robert Frank feitas na Amazônia peruana na década de 1940, utilizando a leitura simbólica, construção teórico-metodológica proposta por Ana Taís Martins alinhada aos postulados da Teoria Geral do Imaginário de Gilbert Durand que considera a experiência imersiva do pesquisador no material de estudo como base, posteriormente complementada pelo cruzamento com dados contextuais extraídos da observação e/ou de documentos. Concluímos que o encantamento entre sujeito e natureza é constituinte de uma possível transformação de consciência e instauração do ativismo, de modo que a luta política seria mais eficaz se travada levando em conta a vivência simbólica.

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Biografia do Autor

Rayane Lacerda, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 

Ana Taís Martins, Universidade Federal do Rio Grande do Sul- UFRGS

Doutora em Ciências da Comunicação com pós-doutorado em Filosofia da Imagem pela Université de Lyon III. Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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Publicado

2021-12-13

Como Citar

Lacerda, R., & Martins, A. T. (2021). O milho na Amazônia Peruana: entre o sagrado e o fotojornalismo ambiental. Discursos Fotograficos, 18(31), 11–32. https://doi.org/10.5433/1984-7939.2021v18n31p11

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