Iconografia e política na África do Sul: a representação de Nelson Mandela, Thabo Mbeki e Jacob Zuma nas charges de Zapiro
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2014v10n17p247Palavras-chave:
Teses e Dissertações. Charge. Política. África do Sul.Resumo
A vitória de Mandela nas eleições de 1994 na África do Sul é um marco referencial para a história sul-africana e representou a transição do apartheid para a democracia multirracial. Desde então Nelson Mandela (1994-1999), Thabo Mbeki (1999-2008) e Jacob Zuma (2009-atual), ocuparam o cargo de presidente do país e conduziram, cada um a seu modo, os novos rumos do país. Durante os quase vinte anos de democracia multirracial, um chargista em especial, Jonathan Shapiro, popularmente conhecido pelo pseudônimo de Zapiro, retratou o cotidiano dessa história. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa é analisar como Zapiro retratou os aspectos políticos e sociais, bem como as características psicológicas de cada um dos três presidentes pós-apartheid e quais representações sociais se constituíram a partir de sua produção chárgica. A opção por Zapiro se explica por sua oposição abertamente declarada ao apartheid e também por ser o chargista sul-africano mais conhecido no exterior. Elegemos a charge como objeto de estudo por se tratar de um objeto comunicativo iconográfico constituído pelo humor, que agrega à sua constituição argumentos de transgressão à ordem vigente, possibilitando uma análise da história sulafricana por um viés crítico. Como métodos para o desenvolvimento do trabalho, optamos por reunir a pesquisa histórica, a pesquisa bibliográfica e a análise do discurso chárgico. Entre os referenciais teóricos destacam-se Magnoli (1998; 2009), Jonge (1991) e Carlin (2009) na questão sul-africana; nas reflexões acerca das representações sociais, recorremos a Moscovici (2011) e Jodelet (1993); no campo da charge e do humor, as referências são Miani (2005; 2012), Romualdo (2000) e Eco (1989). Com a realização das análises, pudemos verificar que Zapiro atua de maneiras distintas na construção da representação de cada um dos presidentes em questão e que o chargista apresenta Mandela como um líder competente marcado pelo heroísmo e a referência a ser seguida pelos demais políticos.Métricas
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