Relação texto-imagem: a resposta de crianças com deficiência visual ao livro ilustrado contemporâneo
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2014v10n17p239Palavras-chave:
Teses e Dissertações. Ilustração. Deficiência Visual. Impressão em Relevo. Literatura Infantil.Resumo
De caráter exploratório, o trabalho apresenta e discute sobre a resposta das crianças com deficiência visual sobre o livro infantil ilustrado, analisando como se estabelecem e dialogam as relações entre texto e imagem no suporte livro sob a perspectiva da não visualidade, principalmente, no que diz respeito à particularidade cognitiva e aos condicionantes específicos da deficiência visual. Justifica-se este estudo pela importância que o acesso a diferentes linguagens (imagem e texto), somadas à função literária da narrativa ficcional podem proporcionar ao leitor mirim, pois além do acesso à imagem e a seu potencial significativo ao leitor, há ainda a possibilidade de incluir a criança com deficiência visual no universo literário, em um campo cujo jogo intricado de linguagens fornece ao leitor uma multiplicidade de sentidos que podem levá-lo ao encontro de novos caminhos para se relacionar com o mundo. O método aqui empregado, entrevista-conversa (SARAMAGO, 2001), questiona crianças cegas e com baixa visão entre 10 e 14 anos do Instituto Londrinense de Instrução e Trabalho para Cegos de Londrina/PR sobre as relações entre a imagem e o texto durante a leitura de duas obras ilustradas adaptadas: Adélia Esquecida e Adélia Sonhadora, ambas selecionadas pela diversidade de recursos gráficos (texturas lisas, flocadas, granuladas, entre outras) utilizados na tradução das imagens para o relevo. Busca-se, sob dois aspectos, comparar equivalências e divergências proporcionadas pela leitura, primeiramente pelas narrativas que dependem de ilustrações para transmitir sua mensagem essencial e as que podem ser facilmente compreendidas apenas pelo texto, a fim de verificar se existe uma integração ou fragmentação de linguagens diante dessa integração imagemtexto no contexto da deficiência visual. Os resultados indicam que a experiência de leitura em cada livro é complexa e singular a cada virar de página. No entanto, as tipologias atuam como parâmetro eficaz para a compreensão das diversas relações entre imagem e texto observadas durante a entrevista e despertam para o vasto campo de possibilidades que há para ser explorado na literatura infantil adaptada. Conclui-se que a imagem tátil e o texto ainda não atingem o status de paridade nas obras adaptadas pesquisadas, sendo necessário ampliar o diálogo e o compartilhamento de informações entre os mediadores dos livros e o público com deficiência visual, de modo que, promova-se não apenas o aumento da qualidade e quantidade de produtos adaptados, como também, um maior exercício crítico para o leitor frente a narrativas interdependentes com imagem e texto.Métricas
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