Impressões do corpo feminino: representações da mulher e do corpo-imagem na imprensa brasileira
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-7939.2014v10n16p271Palavras-chave:
Teses e Dissertações. Análise Fotográfica. Representação. Estereótipos.Resumo
Este trabalho investiga as representações da mulher e do corpoimagem na imprensa brasileira. Questiona, na sociedade midiática, a divisão sexual pelo viés das imagens nos meios de comunicação. Apresenta uma análise iconológica de fotografias publicadas em seis edições do jornal Folha de S. Paulo em 2012, escolhidas aleatoriamente. A partir de uma teoria crítica e da análise iconológica, demonstra que a imagem da mulher, que há muito é usada como mercadoria na publicidade, é apreendida cada vez mais pelo jornalismo impresso como chamariz de leitores. Observa, com base no corpusestudado, em pesquisas de campo e bibliográficas, que o uso de determinadas imagens femininas na imprensa reforça a construção de estereótipos e limita a compreensão de contextos complexos. Confirma a hipótese de que o corpoimagem feminino é usado na imprensa de maneira a determinar papéis, a partir de estéticas recorrentes. Descreve os três grandes estereótipos femininos na imprensa, categorias fundadas com base nos três maiores estereótipos pictóricos da história, sendo a Madona, a sedutora e a mulher política (HIGONNET, 1991). Expressa a confirmação da superlativa visibilidade de alguns grupos de mulheres e a invisibilidade de outros no corpus observado. A pesquisa revela que, apesar da hipótese de serem muito representadas imageticamente nos jornais, as mulheres são sub-representadas, mesmo nas fotografias jornalísticas. Mostra que a editoria de cultura e variedades é uma exceção, pois esse tipo de caderno agrupa assuntos “leves, referentes à arte, música, dança, celebridades, televisão, cinema e atividades culturais” (HEDLER, 2011). Demonstra que a maior incidência de fotografias ilustrativas (BAEZA, 2001) no corpus analisado se dá no Caderno Ilustrada, também o caderno com o maior número de fotografias com mulheres em sua composição. Conclui que, mesmo em uma cultura visual, a visibilidade não é garantida a todos. O resultado da pesquisa possibilita também desconstruir as explicações que naturalizam o uso de determinadas imagens como representações do heterogêneo grupo de mulheres. Amplia o horizonte de discussões sobre os papéis determinantes para as mulheres e sua relação com as imagens produzidas sobre elas nos jornais.
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