Tratamento de Antígeno de Alta Massa Molecular de Paracoccidioides brasiliensis com Papaína e Detecção de Subcomponentes Antigênicos

Autores

Palavras-chave:

Fungo, Imunodiagnóstico, Paracoccidioidomicose, Vacina

Resumo

A paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença granulomatosa sistêmica e crônica causada pelos fungos dimórficos do gênero Paracoccidioides, os quais produzem antígenos de alta massa molecular (hMM) que induzem resposta imune do tipo Th1 protetora. Os fragmentos menores, mas ainda antigênicos/imunogênicos, podem ser úteis para o desenvolvimento de vacinas bem como para o imunodiagnóstico. Este estudo teve como objetivo caracterizar parcialmente componentes da fração hMM por meio de tratamento enzimático com papaína. Inicialmente, a fração hMM foi obtida por cromatografia a partir de antígeno cell-free produzido por P. brasiliensis cepa 18 (Pb18). A fração foi então tratada com papaína a 37 °C por 4 horas e posteriormente fracionada por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC). As frações resultantes foram analisadas inicialmente por dot blotting e, em seguida, por western blotting, utilizando IgG de um pool de soros de pacientes com PCM. Os resultados revelaram a positividade de duas frações no dot blotting, enquanto o western blotting indicou a presença de uma banda de alta massa molecular e outra de aproximadamente 70 kDa. Concluímos com esses dados preliminares que o tratamento da fração hMM com a enzima papaína pode gerar um subcomponente de aproximadamente 70 kDa com atividade antigênica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mari Sumigawa Kaminami, Universidade Estadual de Londrina

Possui graduação em Química (Licenciatura e Bacharelado) pela Universidade Estadual de Londrina (1986) e mestrado em Patologia Experimental pela Universidade Estadual de Londrina (2006).

Bianca Dorana de Oliveira Souza, Universidade Estadual de Londrina

Biomédica graduada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL, 2018), Mestre e doutoranda em Patologia Experimental (CAPES 7) pela UEL. 

Audrey de Souza Marquez, Universidade Estadual de Londrina

Graduada em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Estadual de Londrina (1994) com mestrado e doutorado em Microbiologia pela Universidade Estadual de Londrina (2007) e MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (2014). 

Adriane Lenhard-Vidal, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Professora adjunta de Patologia no Campus Três Lagoas, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Doutora e Mestre em Patologia Experimental pela Universidade Estadual de Londrina. Especialista em Biologia Molecular/Bioinformática (2024) pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e em Análises Clínicas pela Universidade Estadual de Maringá. Aperfeiçoamento profissional em Análises Clínicas pelo Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP).Graduação em Biomedicina pela Universidade Estadual de Londrina.

Flávio Hiroshi Itano, Universidade Estadual de Londrina

Possui graduação em Biomedicina pela Universidade Estadual de Londrina e mestrado em Ciência de Alimentos pela Universidade Estadual de Londrina.

Franciele Ayumi Semencio Chiyoda-Rodini, Universidade Estadual de Londrina

Possui Graduação em Farmácia pela Universidade Estadual de Londrina (2011), Mestrado e Doutorado em Patologia Experimental - UEL, Especialização em Análises Clínicas pelo HURNP. 

Igor Massahiro de Souza Suguiura, Universidade Estadual de Londrina

Médico veterinário da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA), doutor e mestre em Patologia Experimental pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Graduado pela Universidade Estadual de Londrina com período sanduíche em Michigan State University (2016) atuando como intern no Laboratório de Medicina Veterinária Populacional do departamento de Medicina Veterinária de Cornell University (2015) como bolsista CAPES. Bolsista JASSO e JICA, respectivamente, para Short Stay Programs em Kagawa University (2016), e University of the Ryukyus (2019), Japão.

Mario Augusto Ono, Universidade Estadual de Londrina

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Estadual de Londrina, mestrado em Ciências Biológicas (Bioquimica) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutorado em Microbiologia e Imunologia pela Universidade Federal de São Paulo. Atualmente é professor associado da Universidade Estadual de Londrina. 

Eiko Nakagawa Itano, Universidade Estadual de Londrina/Departamento de Imunologia

Possui graduação em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal do Paraná, especialização em Imunologia Básica (OMS/OPS/Instituto Butantã), mestrado e doutorado em Microbiologia e Imunologia pela Universidade Federal de São Paulo. Atua como docente na área de imunologia da Universidade Estadual de Londrina.

Referências

1. Matute DR, McEwen JG, Puccia R, Montes BA, San-Blas G, Bagagli E, et al. Cryptic speciation and recombination in the fungus Paracoccidioides brasiliensis as revealed by gene genealogies. Molecular Biology and Evolution, 23: 65–73, 2006.

2. Teixeira MM, Theodoro RC, Nino-Vega G, Bagagli E, Felipe MSS. Phylogenetic analysis reveals a high level of speciation in the Paracoccidioides brasiliensis complex. Molecular Phylogenetics and Evolution, 52: 273–283, 2009.

3. Teixeira MM, Theodoro RC, de Carvalho MJ, Fernandes L, Paes HC, Hahn RC, et al. Paracoccidioides lutzii: biological and clinical implications. Medical Mycology, 52: 19–28, 2014.

4. Franco M, Montenegro MR, Mendes RP, Marques SA, Dillon NL, Mota NGS. Host-parasite relationships in paracoccidioidomycosis. Journal of Medical and Veterinary Mycology, 25: 5–18, 1987.

5. Singer-Vermes LM, Calich VLG, Burger E, Kashino SS, Nishioka K. Serum levels of cytokines in patients with different clinical forms of paracoccidioidomycosis. Clinical Immunology and Immunopathology, 67: 122–128, 1993.

6. Baida H, Biselli PJ, Juvenale M, Del Negro G, Mendes-Giannini MJS, Benard G, et al. IgG subclasses against Paracoccidioides brasiliensis glycoproteins in patients with paracoccidioidomycosis. Medical Mycology, 37: 183–189, 1999.

7. Marquez AS, Vicentini AP, Ono MA, Watanabe MA, de Camargo ZP, Itano EN. Reactivity of antibodies from patients with acute and chronic paracoccidioidomycosis to a high molecular mass antigen from Paracoccidioides brasiliensis. Journal of Clinical Laboratory Analysis, 19: 199–204, 2005.

8. Pavanelli WR, Kaminami MS, Geres JR, Sano A, Ono MA, Camargo ICC, Itano EN. Protection induced in BALB/c mice by the high-molecular-mass (hMM) fraction of Paracoccidioides brasiliensis. Mycopathologia, 163: 117–128, 2007.

9. Camargo ZP, Taborda CP, Rodrigues EG, Travassos LR. The use of cell-free antigens of Paracoccidioides brasiliensis in serological tests. Journal of Medical and Veterinary Mycology, 29: 31–38, 1991.

10. Lowry OH, Rosebrough NJ, Farr AL, Randall RJ. Protein measurement with the Folin phenol reagent. Journal of Biological Chemistry, 193: 265–275, 1951.

11. Fernández-Lucas J, Acebal C, García B, Sánchez-Moreno I, Arroyo M. Papain-catalyzed reactions: a review. Catalysts, 7: 318, 2017.

12. Raju TS. Terminal sugars of Fc glycans influence antibody effector functions of IgGs. Current Opinion in Immunology, 20: 471–478, 2008.

13. Lenhard-Vidal A, Assolini JP, Chiyoda FAS, Ono MA, Sano A, Itano EN. Polyclonal antibodies to Paracoccidioides brasiliensis are able to recognise antigens from different strains from Paracoccidioides species complex, including Paracoccidioides lutzii LDR2. Mycoses, 61: 826–832, 2018.

14. Blotta MHSL, Mamoni RL, Oliveira SJ, Nouér SA, Papaiordanou PM, Mendes-Giannini MJS. Purification of a specific antigen from Paracoccidioides brasiliensis and its use in immunodiffusion tests. Journal of Clinical Microbiology, 31: 2402–2407, 1993.

15. de Mattos Grosso D, de Almeida SR, Mariano M, Lopes JD. gp70 from Paracoccidioides brasiliensis inhibits macrophage function. Microbes and Infection, 5: 111–118, 2003.

16. da Silva SH, Thomaz L, Marques AF, Ferri L, Travassos LR. Molecular cloning and characterization of the Paracoccidioides brasiliensis heat shock protein 70 gene and analysis of HSP70 expression. Infection and Immunity, 67: 5686–5693, 1999.

17. Bisiô C, Dos Santos M, da Silva SH, Marques AF, Cisalpino PS, de Almeida Soares CM. Identification and characterization of an HSP70 homolog in Paracoccidioides brasiliensis. Medical Mycology, 43: 493–500, 2005.

18. Fredrich AL, Nagashima LA, Pavanelli WR, Marquez AS, Kaminami MS, Carlos NJ, et al. High molecular mass fraction in clinical isolates of Paracoccidioides brasiliensis. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 43: 526–530, 2010.

Downloads

Publicado

2025-10-10

Como Citar

Kaminami, M. S., Souza, B. D. de O., Marquez, A. de S., Lenhard-Vidal, A., Itano, F. H., Chiyoda-Rodini, F. A. S., … Itano, E. N. (2025). Tratamento de Antígeno de Alta Massa Molecular de Paracoccidioides brasiliensis com Papaína e Detecção de Subcomponentes Antigênicos. Biosaúde, 24(1/2). Recuperado de https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/biosaude/article/view/53821

Edição

Seção

Artigos