"As doenças não respeitam fronteiras"
o projeto de saúde para as Américas durante a Segunda Guerra Mundial
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-3356.2024v17n34p515-540Palavras-chave:
Continente Americano, Segunda Guerra, Saúde Internacional, Instituto de Assuntos Interamericanos, Agências de saúdeResumo
Este artigo tem por objetivo analisar as ações de saúde e saneamento desenvolvidas por diferentes agências em territórios americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Assim como o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), outras instituições foram criadas em parceria com os Estados Unidos com o intuito de promover a realização de programas sanitários para as Américas. Na condução das atividades estava o Instituto de Assuntos Interamericanos (IAIA), que liderado por representantes norte-americanos buscavam intervir em áreas estratégias, ricas em recursos naturais. Com o intuito de combater as doenças que grassavam nos países, uma série de medias foram tomadas, como: a construção de hospitais, laboratórios, escolas de enfermagem, sistemas de abastecimento d’água e esgotos, construção de privadas, formação de profissionais na área da saúde, entre outras. Jornais que circulavam no período e documentos oficiais produzidos pelo SESP estão entre as fontes pesquisadas. A leitura e análise crítica desses documentos nos permitiram compreender o esforço em representar os países da América como insalubres e doentes; e, por meio da leitura de autores que discutem o termo saúde internacional, o entendimento dos interesses norte-americanos de se projetarem como país hegemônico da região, ao desenvolver ações na área da saúde para o conjunto das Américas.
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