"Arribadas maliciosas": redes comerciais no comércio de contrabando no porto de Buenos Aires, inícios do séc. XVII

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2018v11n22p749

Palavras-chave:

Contrabando, Comércio, Rredes, Conexões, Buenos Aires

Resumo

O presente artigo propõe compreender as redes dos comerciantes em Buenos Aires do século XVII a partir de uma nova interpretação. O comércio irregular, que fugia às normas de monopólio defendidas pela legislação espanhola, foi estruturante para a consolidação da atividade econômica no porto platino. A historiografia sobre a temática concentrou-se no debate em torno da legalidade e ilegalidade dessas práticas comerciais e, em consequência, abordou a prática dos governadores, agentes do poder régio, como elementos de repressão e combate do que se nomeou como contrabando. A ideia desse artigo é mapear as relações entre os agentes ligados ao comércio irregular em Buenos Aires em meados do século XVII. Para tanto coletamos as relações compiladas no Proceso Grande, ação jurídica iniciada pelo governador Hernandarias de Saavedra visando denunciar os agentes portenhos ligados ao comércio irregular. Esse processo gerou uma centena de páginas e que descreviam as práticas comerciais e arrolava os comerciantes envolvidos na atividade. A partir dessa rica documentação procuramos estabelecer as conexões da rede comercial, seguindo a divisão das duas facções que disputavam o comércio. Com isso, pudemos espacializar as relações de rede comerciais, romper a ideia de que Hernandarias combatera o contrabando e esmiuçar as dinâmicas das relações comerciais e familiares de ambos os grupos, elementos fundamentais que estruturavam sociedades de Antigo Regime.

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Biografia do Autor

Fernando Victor Aguiar Ribeiro, Universidade de São Paulo

Mestre e Doutor em História Econômica pela Universidade de São Paulo. Pós-doutorando na Cátedra Jaime Cortesão da Universidade de São Paulo.

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Publicado

30-01-2019

Como Citar

RIBEIRO, Fernando Victor Aguiar. "Arribadas maliciosas": redes comerciais no comércio de contrabando no porto de Buenos Aires, inícios do séc. XVII. Antíteses, [S. l.], v. 11, n. 22, p. 749–772, 2019. DOI: 10.5433/1984-3356.2018v11n22p749. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/32753. Acesso em: 26 dez. 2024.