Transformações da Paisagem e a Memória em Camorim
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-3356.2014v7n14p171Palavras-chave:
Memória, Patrimônio, Paisagem, Restauração, MudançaResumo
Um importante elemento identitário para os habitantes do bairro Camorim é a capela de São Gonçalo de Amarante construída em 1625, ícone da arquitetura rural colonial do Rio de Janeiro e tombada como patrimônio estadual em 1965. A igreja e a paisagem que a rodeia têm passado pelas modificações que o tempo e as atividades humanas e não humanos lhe imprimem. O interesse e empenho da comunidade católica do bairro na restauração da capela no final da década de 1990 e as atuais apropriações simbólicas do espaço circundante da igreja por parte de um grupo quilombola oferecem um marco para explorar as relações que se tecem entre memória, mudança, materialidade e paisagem. O cenário de fundo são as abruptas transformações urbanísticas que vêm acontecendo na região, alvo da expansão urbana carioca e as inquietações que dito momento desperta nos habitantes do bairro.Referências
CAPELA se São Gonçalo foi até tombada, mas não tem assistência. Matutina, Rio de Janeiro, 15 jun. 1982. Matéria digitalizada pelo O Globo. Disponível em: http://acervo.oglobo.globo.com/busca/?tipoConteudo=pagina&pagina=1&ordenacaoData=relevancia&allwords=s%C3%A3o+gon%C3%A7alo+do+amarante&anyword=camorim&noword=&exactword= . Acesso em: 12 mar. 2014.
MUTIRÃO se limpeza sem ajuda oficial. Matutina, Rio de Janeiro, 6 dez. 2001. Matéria digitalizada pelo O Globo. Disponível em: http://acervo.oglobo.globo.com/busca/?tipoConteudo=pagina&pagina=2&ordenacaoData=relevancia&allwords=s%C3%A3o+gon%C3%A7alo+do+amarante&anyword=camorim&noword=&exactword=. Acesso em: 12 mar. 2014.
TOMBAMENTO, um gesto de muito amor ao passado. Rio de Janeiro, Matutina, Rio de Janeiro, 7 out. 1973. Matéria digitalizada pelo O Globo. Disponível em: http://acervo.oglobo.globo.com/busca/?tipoConteudo=pagina&pagina=&ordenacaoData=relevancia&allwords=s%C3%A3o+gon%C3%A7alo+do+amarante&anyword=camorim&noword=&exactword=&decadaSelecionada=&anoSelecionado=&mesSelecionado=&diaSelecionado= Acessado em:12 mar. 2014.
TOMBAMENTO não preserva capela. Matutina, Rio de Janeiro, 13 Jul. 1989. Matéria digitalizada pelo O Globo. Disponível em: http://acervo.oglobo.globo.com/busca/?tipoConteudo=pagina&pagina=1&ordenacaoData=relevancia&allwords=s%C3%A3o+gon%C3%A7alo+do+amarante&anyword=camorim&noword=&exactword=. Acesso em: 12 mar. 2014.
REFERÊNCIAS
BERQUE, August. Paysage, milieu, histoire. Cinq propositions pour une théorie du paysage. Paris: Champs Vallon, 1994.
BRASIL, Rachel Paterman. Imagens de natureza e classificações de espaço: problematizando a “paisagem”. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, 29., 2014, Natal/RN. Disponível em: http://www.29rba.abant.org.br/resources/anais/1/1402020763_ARQUIVO_29RBA_RPB.pdf. Acesso em: 1 dez. 2014.
CAUQUELIN, Anne. L’invention du paysage. Paris: Quadrige/PUF, 1990.
CORRÊA MAGALHAES, A. O Sertão Carioca. Rio de Janeiro: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1933.
ENGEMANN, Carlos. As Marcas das Mãos. In: OLIVEIRA, Rogério Ribeiro de (Org). As Marcas do Homem na Floresta – História Ambiental de um trecho urbano de mata atlântica. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, 2010.
FORTY, Adrian. Introduction. In: FORTY, Adrian. The Art of Forgetting. New York: Oxford, Berg, 1999. p. 1-18.
FOUCAULT, Michel. Heterotopias. Ditos e escritos, Rio de Janeiro, v.3, p. 411-422, 2006.
FRIDMAN, F. Donos do Rio em nome do Rei: uma história fundiária da cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1999.
GONCALVES, José Reginaldo Santos. A Retórica da Perda: os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, IPHAN, 1996.
GONCALVES, José Reginaldo Santos. Ressonância, materialidade e subjetividade: as culturas como patrimônios. Horizontes antropológicos, Porto Alegre, v. 11, n. 23, p. 15-36, jan/jun., 2005.
HALBWACH, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2004.
HARTOG, François Regimes de historicidade. Presentismo e experiências do tempo. BeloHorizonte: Editorial Autêntica, 2009.
HIRSCH, Eric; O'HALON, Michael. The anthropology of landscape. Perspectives on place and space. Oxford: Clarendon, 2003.
INEPAC. Histórico do Instituto Estadual do Patrimôno Cultural. Instituição. 2014. Disponível em: http://www.inepac.rj.gov.br/index.php/home/instituicao. Acesso em: 10 nov. 2014.
INGOLD, TIM. The perception of the environment: essays in livelihood, dwelling and skill. London: Routledge, 2000.
KOPYTOFF, Igor. A biografia cultural das coisas: a mercantilização como processo in: A. A vida social das coisas: as mercadorias sob uma perspectiva cultural Arjun Appadurai (Org). Niterói: Ed. Universidade Federal Fluminense, 2010.
KÜCHLER, Susanne. The place of memory. In: KÜCHLER, Susanne. The Art of Forgetting. New York: Oxford, Berg, 1999. p. 53-72.
LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: Ensaios de Antropologia Simétrica. Rio de Janeiro, Editora 34, 1994.
NAME, Leo; MONTEZUMA, Rita de Cássia Martins; GOMES, Elisa Sesana. Legislação urbanística e produção de riscos: o caso do PEU das Vargens (Rio de Janeiro, Brasil). Territorium, Coimbra, n.18, p 201-218, 2011.
NORA, Pierre. Entre mémoire et histoire: la problématique des lieux. In: NORA, Pierre. (Org). Lês lieux de mémoire. Paris: Gallimard, La République 1984.
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Tradução de Yara A Koury. Projeto História, São Paulo, n. 10, p. 7-28, dez. 1993.
POLLAK Michael, Memória, Esquecimento Silencio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n.3, p. 3-15, 1989.
RIEGL, Aloïs. Le culte moderne des monuments. Son essence et sa genèse. Paris: Seuil, 1984.
RIO DE JANEIRO. Decreto nº. 37958, de 4 de novembro de 2013. Cria a Área de Especial Interesse Ambiental dos bairros de Vargem Grande, Vargem Pequena, Camorim e parte dos bairros do Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca e Jacarepaguá, nas XVI e XXIV Regiões Administrativas. Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro, 5 nov. 2013. Ano 27, n.160.
RIO DE JANEIRO. Lei nº 509, de 03 de Dezembro de 1981. Dispõe sobre o conselho estadual de tombamento e dá outras providências. Rio de Janeiro, 1981.
SHAMA Simom. Paisagem e memória. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
SILVA-NIGRA, Clemente Maria da. Construtores e artistas do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro. Salvador: Tipografia Beneditina, Arquivo da cúria metropolitana do Rio de Janeiro, 1950.
SOARES, Leonardo Dos Santos. A cidade está chegando: Expansão Urbana na Zona Rural do Rio de Janeiro (1890-1940) Revista Crítica Histórica Ano II, Nº 3, Julho2011
SOARES, Leonardo Dos Santos. Expansão urbana, mercado imobiliário e conflitos de terra no Sertão Carioca (1940-1964). Confluenze: Rivista di Studi Iberoamericani, Bologna, v. 4, n. 1, p. 263-281, 2012.
SOARES, Leonardo Dos Santos; RIBEIRO, Jayme Lúcio Fernandes. O que querer vender quer dizer: urbanização e conflitos de terra através dos classificados imobiliários do Sertão Carioca (1927-1964) Revista Ideas, v. 1, n. 1, p. 78-94, jul.-dez. 2007.
YATES, Francis. As três fontes latinas da arte clássica da memória. In: YATES, Francis. A arte clássica da memória. Tradução de Flavia Bancher. Campinas: Editora Unicamp. 2007. p. 17-46.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2014 Antíteses

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Antíteses adota a Licença Creative Commons Attribution 4.0 International, portanto, os direitos autorais relativos aos artigos publicados são do(s) autor (es), que cedem à Revista Antíteses o direito de exclusividade de primeira publicação.
Sob essa licença é possível: Compartilhar - copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato. Adaptar - remixar, transformar, e criar a partir do material, atribuindo o devido crédito.
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/