Ingestão de açúcar por crianças com dificuldades alimentares menores de 2 anos - estudo em um centro de referência brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0367.2024v45n1p81Palavras-chave:
Alimentação infantil, Açúcar, Seleção de alimentosResumo
Introdução: Os primeiros anos de vida são essenciais para o crescimento e desenvolvimento. A criança, já nasce com a preferência pelo sabor doce, e ao consumir preparações açucaradas, propicia-se uma alimentação de baixa qualidade nutricional. O objetivo do estudo é descrever a ingestão de alimentos que contenham açúcar por crianças com dificuldades alimentares menores de 2 anos atendidas em um centro especializado.
Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo, com dados obtidos do prontuário de crianças de ambos os sexos, atendidas no Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares (CENDA), localizado no município de São Paulo. Dentre os alimentos consumidos foram selecionados aqueles que continham açúcar de adição em sua composição. Para categorizar os alimentos foi usada a classificação da “What We Eat in América” (WWEIA).
Resultados: Participaram do estudo 31 crianças com dificuldades alimentares, 77,4% apresentou consumo de pelo menos um alimento contendo açúcar. Os alimentos mais consumidos foram biscoitos e brownies, bolos e tortas, milk-shakes e outras bebidas lácteas.
Discussões e Conclusão: A fase de alimentação complementar, pode se tornar um grande desafio aos pais e cuidadores, a mesma foi o ponto de partida para a maioria das crianças com dificuldade alimentares. O aprendizado do comer é um processo complexo que exige aquisição de habilidades na oferta de alimentos adequados e variados, contudo, o contexto, se torna favorável com às práticas inadequadas, sendo uma delas, permissão do consumo de alimentos e produtos adoçados, pelas mesmas.
Downloads
Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BR). Resolução da diretoria colegiada - RDC nº 429, de 8 de outubro de 2020 [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2020 [citado 2024 jan 14]. Disponível em: http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/3882585/RDC_429_2020_.pdf/9dc15f3a-db4c-4d3f-90d8-ef4b80537380
Agricultural Research Service. What are WWEIA food categories [Internet]. Beltsville: USDA; 2020 [cited 2024 Jan 13]. Available from: https://www.ars.usda.gov/northeast-area/beltsville-md-bhnrc/beltsville-human-nutrition-research-center/food-surveys-research-group/docs/dmr-food-categories/
Dias MCAP, Freire LMS, Franceschini SCC. Recomendações para alimentação complementar de crianças menores de dois anos. Rev Nutr. 2010;3(23):475-86. doi:10.1590/S1415-52732010000300015.
Fidler Mis N, Braegger C, Bronsky J, Campoy C, Domellöf M, Embleton ND, et al. Sugar in Infants, Children and Adolescents: A Position Paper of the European Society for Paediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition Committee on Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2017;65(6):681-96. doi: 10.1097/MPG.0000000000001733.
Garcia C, Brum JP, Schneider DER, Koepp J, Possuelo LG. Consumo alimentar: um estudo sobre crianças com sobrepeso e obesidade do Espaço Mamãe Criança de Vera Cruz/RS. Cinergis. 2014;15(4). doi: 10.17058/cinergis.v15i4.4988.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009 [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2010 [citado 2024 jan 14]. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/13884-asi-pof-2008-2009-desnutricao-cai-e-peso-das-criancas-brasileiras-ultrapassa-padrao-internacional
Machado RHV, Tosatti AM, Malzyner G, Maximino P, Ramos CC, Bozzini AB, et al. Maternal Feeding Practices among Children with Feeding Difficulties-Cross-sectional Study in a Brazilian Reference Center. Front Pediatr. 2018:286. doi: 10.3389/fped.2017.00286.
Ministério da Saúde (BR). Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2019 [citado 2024 jan 13]. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_da_crianca_2019.pdf
Morais RLS, Carvalho AM, Magalhães LC. O contexto ambiental e o desenvolvimento infantil: estudos brasileiros. J Phys Educ. 2016. doi: 10.4025/jphyseduc.v27i1.2714.
Pantano M. Os primeiros 1000 dias de vida. Rev Assoc Paul Cir Dent [internet]. 2018 [citado 2024 jan 12];72(3):490-4. Disponível em: https://www.fsp.usp.br/mina/wp-content/uploads/2018/10/Materia_Capa.pdf
Ribeiro LW, Ricci R, Maximino P, Machado RHV, Bozzini AB, Ramos CC, et al. Clinical use of a food inventory to identify maternal underreport on children’s food intake: experience of a reference center in Brazil. Nutr Clín Diet. Hosp. 2018;38(1):81-9. doi: 10.12873/381Lribeiro.
Ricci R, Nogueira L, Maximino P, Machado R, Ramos C, Fisberg M. No que se baseia a dieta de crianças com dificuldades alimentares? Uma análise de um centro de referência brasileiro. Rasbran. 2023;13(1):1-15. doi: 10.47320/rasbran.2022.1558.
Rocha T, Edges B. Consumo de alimentos industrializados e estado nutricional de escolares. Persp Online: Biol & Saúde [internet].2019 [citado 2024 jan 12]. Disponível em: https://ojs3.perspectivasonline.com.br/biologicas_e_saude/article/view/1402/1375
Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientações para alimentação do lactente ao adolescente, na escola, na gestante, na prevenção de doenças e segurança alimentar [Internet]. 4ª ed. São Paulo: SBP; 2018 [citado 2024 jan 10]. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/pdfs/14617a-PDManualNutrologia-Alimentacao.pdf
World Health Organization (USA). Indicators for assessing infant and young child feeding practices: definitions and measurement methods [Internet]. Washington: WHO; 2021 [cited 2024 Jan 12]. Available from: https://iris.who.int/bitstream/handle/10665/340706/9789240018389-eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Thainá Maquedo Franco, Roberta Mi Kyong Kim Cho, Raquel Ricci, Luana Romão Nogueira, Priscila Maximino, Rachel De Laquila, Mauro Fisberg
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Semina: Ciências Biológicas e da Saúde adota para suas publicações a licença CC-BY-NC, sendo os direitos autorais do autor, em casos de republicação recomendamos aos autores a indicação de primeira publicação nesta revista.
Esta licença permite copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato, remixar, transformar e desenvolver o material, desde que não seja para fins comerciais. E deve-se atribuir o devido crédito ao criador.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.