Avaliação das hemotransfusões alogênicas na maternidade do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0367.2006v27n1p23Palabras clave:
Transfusões alogênicas, Alternativas à hemotransfusão, Ciclo gravídico-puerperal.Resumen
Os riscos inerentes às hemotransfusões alogênicas são amplamente conhecidos e, embora tenham diminuído nos últimos anos, parece improvável que possam ser completamente eliminados. É fundamental que se avalie corretamente cada paciente, para a adequada indicação transfusional ou a possível substituição por alternativas mais seguras, eficazes e acessíveis. No ciclo gravídico-puerperal, há maior exposição a riscos de anemia, quer a fisiológica quer a decorrente de hemorragias especialmente no periparto. Constituem, assim, um grupo de interesse para se considerar possíveis alternativas ao uso do sangue alogênico. O objetivo do presente estudo consiste nas principais indicações de transfusões na maternidade do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná (HURNP-UEL). Analisaram-se, retrospectivamente, 206 prontuários, de um total de 6552 pacientes internadas na Maternidade do HURNP, no período de maio de 1999 a julho de 2004, submetidas a 274 transfusões de sangue. Os principais dados coletados foram: epidemiológicos, nível de Hb pré-transfusional, indicações, tocurgias e complicações. A média etária foi de 27,5 (14- 44) anos. As indicações mais freqüentes foram: anemia aguda (62%), coagulopatia (7%), anemia crônica (7%), choque hipovolêmico (6%) e outras (9%). Em 9% dos casos, não se mencionou nenhuma indicação, e, neles, o nível médio de Hb pré-transfusional foi de 9,6 g/dl. Os produtos hemoterápicos mais utilizados foram: concentrado de hemácias (82%), plaquetas (4%), plasma (11%) e crioprecipitado (3%). O nível médio de Hb foi de 7,15 g/dl nas pacientes que receberam concentrado de hemácias, dentre as quais em 5% a Hb era maior ou igual a 10 g/dl. As tocurgias realizadas incluíram cesáreas, laqueaduras tubárias puerperais, histerectomias puerperais, curetagens, fórceps e partos normais com episiotomia. Conclui-se que a indicação de transfusão sangüínea não se deve basear apenas nos níveis de Hb, mas em uma avaliação clínica criteriosa, cujos achados, muitas vezes, evidenciam que a mesma não é necessária. Na Maternidade do HURNP as hemotransfusões são realizadas dentro de critérios aceitáveis, mas é possível a sua diminuição no que concerne a um adequado enfoque terapêutico da anemia no ciclo grávido-puerperal,evitando-se, assim, as transfusões desnecessárias.
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