Evidencias de fusões cromossômicas e translocações não recíprocas em Anadoras (Doradidae-Siluriformes): implicações na evolução cariotípica e citotaxonomia
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0367.2017v38n1suplp167Palabras clave:
Citogenética, Especiação, DNAr 18S, DNAr 5SResumen
Anadoras é um pequeno gênero dentre os sete alocados na subfamília Astrodoradinae, o segundo maior grupo de Doradidae. Apenas duas espécies são formalmente reconhecidas: Anadoras grypus e Anadoras weddelli, sendo que uma espécie ainda não descrita ocorre no Alto Araguaia denominada Anadoras sp. “araguaia”. No presente estudo essas três espécies foram analisadas citogenéticamente, visando compreender a diversificação cariotípica e fornecer marcadores citotaxonômicos. Foram analisados 5 exemplares de A. grypus coletados no Lago Catalão (Rio Amazonas), 7 exemplares de A. weddelli provenientes do rio Miranda (Rio Paraguai) e 5 exemplares de Anadoras sp. “araguaia” coletados em Barra do Garça (Rio Araguaia). A. grypus apresentou 2n=56 (16m+16sm+12st+12a), e dois padrões de rDNA: quatro exemplares exibiram sítios de rDNA 18S e 5S sintênicos no par 11 e um sítio de rDNA 18S em apenas um dos cromossomos 28, e um indivíduo exibiu somente o par 11 portando os sítios de rDNA sintênicos. Esse polimorfismo intrapopulacional provavelmente surgiu por translocações não recíprocas favorecidas pelo modelo de Rabl. Anadoras sp. “araguaia” e A. weddelli apresentaram 2n=56 (22m+12sm+8st+14a), rDNA 18S simples no par 28 e rDNA5S no braço curto do par 15, sendo que o bandamento C é o único marcador que diferencia as duas espécies. A análise do dendograma de similaridade construído a partir de 32 caracteres cromossômicos evidencia um agrupamento similar à filogenia morfológica, onde A. grypus é a espécie mais diversificada e grupo-irmão do clado formado por A. weddelli e Anadoras sp. “araguaia”. O presente estudo forneceu informações citogenéticas de grande valor citotaxonômico e ainda revelou que em Anadoras, a variabilidade cariotípica ocorreu fundamentalmente devido à fusões cromossômicas, inversões pericêntricas e pelo acúmulo diferencial de DNAs repetitivos, merecendo destaque os rDNA 18S e 5S.
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