Avaliação do potencial tóxico e citogenóxico do sedimento do Rio São Francisco (Polo Juazeiro/BA) mediante bioensaio Allium cepa L.
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0367.2017v38n1suplp104Palabras clave:
Genotoxicidade, Metais pesados, Submédio São FranciscoResumen
A cidade Juazeiro/BA vem apresentando um crescimento populacional, desenvolvimento industrial e prática intensiva de agricultura, potencializando o lançamento de efluentes urbanos, industriais e agrícolas no rio São Francisco sem o tratamento adequado, a exemplo do canal do Tourão, podendo gerar impacto sobre água e sedimento. Este trabalho avaliou a toxicidade e citogenotoxicidade em sedimentos do rio São Francisco, influenciados por este efluente, mediante o bioensaio Allium cepa L. e sua correlação com a concentração de metais pesados. Amostras compostas foram coletadas em três pontos de amostragem: à montante (M), no despejo (E) e à jusante (J) do efluente, durante as estações de estiagem (EE, Agosto/2015) e chuvosa (EC, Março/2016). A quantificação de metais foi determinada por espectrometria de absorção atômica. Sementes de A. cepa foram submetidas aos sedimentos coletados e aos controles positivo (Metil Metano Sulfonato e Trifluralina) e negativo (CN; água ultrapura). Após germinação, as raízes foram medidas, fixadas e utilizadas para preparação de lâminas através do método de Feulgen. Foram analisadas 7500 células/tratamento e os resultados comparados ao CN, utilizando o teste de Kruskal-Wallis ou Tukey(p<0,05). O crescimento médio das raízes foi estimulado pelas amostras coletadas à M (0,82 e 0,53 cm para EE e EC, respectivamente), bem como pela amostra coletada à J (0,55 cm) durante a EC, sugerindo uma ação tóxica nesses sedimentos. Por sua vez, a diminuição do índice mitótico evidenciou citotoxicidade para as amostras coletadas em E (8,62%) e J (8,18%) na EC. Com exceção das amostras citotóxicas acima citadas, as quais apresentaram um potencial genotóxico, a frequência de alterações cromossômicas apontou a presença de genotoxicidade para os sedimentos avaliados em ambas as estações. Os resultados revelaram uma maior toxicidade e citotoxicidade para a EC, enquanto que para EE, houve a predominância de genotoxicidade nos sedimentos, sugerindo que a diminuição da água possa acarretar um agravamento da poluição no ambiente. Tal fato é respaldado pela maior concentração de metais pesados (Ni, Pb, Fe, Zn, Cu, Mn e Cr) durante a EE, que embora dentro dos limites estabelecidos pela Resolução, podem estar atuando de forma aditiva e/ou sinergística no rio.
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