Maior número cromossômico em Onychophora e indício de fusão cromossômica detectada por FISH telomérica
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0367.2017v38n1suplp199Palabras clave:
Peripatidae, Número diploide, Sítio telomérico intersticialResumen
Onychophora inclui apenas 186 espécies, nas famílias Peripatidae e Peripatopsidae. A baixa diversidade morfológica em Peripatidae é um obstáculo em sua taxonomia, sendo os cromossomos auxiliares nesta finalidade. No Brasil existem apenas 12 espécies de Onychophora, seis consideradas vulneráveis ou em risco de extinção. Atualmente, 29 espécies de Onychophora foram cariotipadas. O número diploide varia de 2n=8 a 2n=64, com sistema cromossômico sexual (SCS) identificado em apenas seis espécies, do tipo XY/XX. O presente estudo citogenético é o segundo com Onychophora do Brasil. Foram coletados quatro machos e uma fêmea de Epiperipatus sp., próximo da gruta Manoel Cardoso, Bodoquena, Mato Grosso do Sul. As gônadas foram extraídas em solução fisiológica para Onychophora, tratadas com colchicina (0,16% em fisiológica-2 horas), hipotonizadas (25 min) e fixadas em Carnoy I. Parte do órgão foi dissociada em ácido acétido 60% sobre lâmina para microscopia, que foi seca a 40 ºC. Algumas lâminas foram coradas com Giemsa 3% e outras submetidas a hibridação in situ fluorescente (FISH) com sonda telomérica (TTAGGG)n. Três machos apresentaram divisão celular, exclusivamente mitoses. A contagem de 37 metáfases mitóticas permitiu concluir que Epiperipatus sp. possui 2n=73, o maior número diploide já encontrado em Onychophora. No gênero, os outros dois registros são de 2n=22 (Mato Grosso do Sul, Brasil) e 2n=64 (San José, Costa Rica). Além disso, um número cromossômico impar nunca havia sido descrito neste filo. A maioria dos cromossomos é extremamente pequena (1-2µm), sendo inviável determinar a morfologia de todos elementos. Entretanto, observa-se alguns elementos com dois braços e outros telocêntricos. O cromossomo sem par é o maior do cariótipo e submetacêntrico. A FISH, inédita em Onychophora, além de marcar os telômeros de todos cromossomos, revela um sítio telomérico intersticial (ITS) na porção proximal do braço longo do cromossomo sem par. A ausência de meiose e de divisão celular na fêmea não permitem definir se este cromossomo ímpar trata-se de um cromossomo sexual, o que poderia levar à descrição de um SCS inédito em Onychophora (diferente do XY), ou um caso de fusão entre autossomos. De qualquer forma, a presença da ITS é um claro indício de fusão cromossômica.Descargas
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