Prevalência de enteroparasitoses em crianças de uma cidade do norte do Paraná e fatores associados
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0367.2019v40n1p89Palavras-chave:
Enteroparasitoses, Fatores associados, Crianças.Resumo
O objetivo deste estudo foi investigar a prevalência de enteroparasitoses e os fatores envolvidos na transmissão de enteroparasitoses em crianças de 0 a 15 anos de idade do município de São Jerônimo da Serra, Paraná. O trabalho foi desenvolvido no período de julho de 2014 a junho 2017. Analisou-se 362 amostras pelos métodos de Hoffman, Pons e Janer e Faust e cols. As associações entre variáveis socioeconômicas, referentes aos hábitos das crianças e ao ambiente em que vivem e enteroparasitoses foram verificadas por meio de regressão logística, considerado nível de significância de 5%. Encontrou-se alta prevalência de parasitismo (36,5%), uma alta frequência de poliparasitismo (43,9%) e uma freqüência maior de protozoários (34,5%) em relação aos helmintos (3,9%). Os enteroparasitas patogênicos encontrados foram Giardia lamblia (8,0%), Entamoeba histolytica/dispar (3,6%), Hymenolepis nana (2,5%), Enterobius vermicularis (2,2%), Ascaris lumbricoides (1,1%), ancilostomídeos (0,8%) e Trichuris trichiura (0,3%). Endolimax nana foi o mais frequentemente encontrado (19,3%). Mesmo sendo comensal, sua detecção é preocupante uma vez que o mecanismo de transmissão (fecal-oral) é igual dos microrganismos patogênicos. Observou-se associação entre a presença de enteroparasitoses e faixa etária, renda familiar, escolaridade dos responsáveis, morar em zona rural, consumo de água não tratada, destino inadequado do lixo, contato com areia ou terra e presença de um animal de estimação. Hábitos de higiene, condições sanitárias, socioeconômicas e sociodemográficas estão diretamente relacionados às infecções por parasitos intestinais e devem ser melhoradas para evitar disseminação na população
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