Consumo de moda com cores acessíveis para pessoas com deficiência visual

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/2236-2207.2024.v15.n1.49080

Palavras-chave:

moda, código tátil de cores, pessoas com deficiência visual

Resumo

A inclusão perpassa todos os segmentos de mercado, envolvendo os mais diferentes clientes no acesso aos produtos e serviços. Este trabalho objetivou entender o perfil, preferência de consumo de moda e importância da aplicação das cores para pessoas com deficiência visual, cegas, com baixa visão e daltônicas. 243 pessoas de todas as regiões do Brasil responderam um questionário on-line com 15 questões. As respostam indicaram que a maior importância da cor para pessoas com deficiência visual é na escolha do vestuário, a maioria vai às compras acompanhado, em shopping centers ou lojas de departamento. É responsabilidade do acompanhante ou do vendedor da loja descrever a cor. A maioria indicou não usar aplicativos para identificação das cores, tampouco para acessar a localização para chegar às lojas. Os resultados revelam a importância da cor e a necessidade de soluções que proporcionem a acessibilidade desta informação, promovendo inclusão e qualidade de vida às pessoas com deficiência visual. A partir disso apresenta-se a Linguagem Tátil das Cores See Color, que pode ser usada por todos, e que possibilita a autonomia de pessoas com deficiência visual na interação com as cores. São apresentadas duas soluções para inserção tátil das cores no vestuário.

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Biografia do Autor

Bruna Brogin, Universidade Feevale

Doutora em Design pela Universidade Federal do Paraná (2019). Realizou estágio doutoral na Sapienza Università di Roma (2017). Mestre em Gestão do Design pela Universidade Federal de Santa Catarina (2015). Especialista em Design Experiencial pela Universidade Federal de Santa Catarina (2014). Graduada em Design de Moda pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2011). Lecionou no Curso Técnico em Modelagem do Vestuário (SENAI), Graduação em Moda da Unicesumar Ponta Grossa, Técnico Integrado em Modelagem do Instituto Federal de Goiás. Possui experiência na área de design de moda, confecção infantil, modelagem CAD, tecnologia assistiva, design inclusivo e universal, antropometria digital, e moda inclusiva e funcional, tema que vem pesquisando a sete anos.

Sandra Regina Marchi, Universidade Federal do Paraná

Doutora e mestra em Engenharia Mecânica, graduada em Artes Plásticas. CEO da See Color.

Cláudia Schemes, Universidade Feevale

Possui graduação em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS (1987), mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo - USP (1996) e doutorado pela Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC (2006). Professora dos cursos de graduação de História e Moda e do Programa de Pós Graduação em Processos e Manifestações Culturais da Universidade Feevale (Novo Hamburgo/RS). Editora da Revista Prâksis. Autora dos livros Festas Cívicas e Esportivas: Um estudo comparativo dos governos Vargas e Perón (Ed. Feevale, 2005); Memória do Setor Coureiro-Calçadista: Pioneiros e Empreendedores do Vale do Rio dos Sinos (Ed. Feevale, 2003) entre outros. Atualmente desenvolve projetos de pesquisa na área de moda e design inclusivo para pessoas com deficiência visual.

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Publicado

2024-05-22

Como Citar

Brogin, B., Marchi, S. R., & Schemes, C. (2024). Consumo de moda com cores acessíveis para pessoas com deficiência visual . Projetica, 15(1), 1–29. https://doi.org/10.5433/2236-2207.2024.v15.n1.49080

Edição

Seção

Design de Moda

Dados de financiamento