A Modernização da Pecuária Leiteira e a Exclusão do Pequeno Produtor
DOI:
https://doi.org/10.5433/2447-1747.2001v10n2p147Resumo
No Brasil a produção leiteira vem aumentando gradativamente, graças ao fim do tabelamento que perdurou até 1990. Porém, os produtores brasileiros estão sofrendo os efeitos das importações provenientes da Argentina, via MERCOSUL, com baixos preços e longo prazo de pagamento. Atualmente, as indústrias de laticínios estão em processo de fusão para se tornarem mais competitivas no mercado globalizado. Mesmo sendo uma atividade pouco rentável, com baixos preços pagos pelas indústrias/cooperativas, sempre foi um meio de sobrevivência do pequeno produtor de leite. Na esteira da modernização, o pequeno produtor de leite vem sofrendo inúmeras imposições por parte das indústrias para acompanhar a evolução tecnológica no seu sistema de produção. Este é um dos problemas que tem provocado o abandono gradativo destes produtores, pois falta apoio financeiro para cumprir tais exigências. Estas indústrias e/ou cooperativas de laticínios, sujeitam o produtor estabelecendo o monopólio na circulação pagando o preço que lhes é conveniente e, por outro lado, sujeita também os consumidores, com seus preços monopolistas. Embora a cooperativa não exproprie diretamente o produtor, ela subjuga o produto de seu trabalho, realizando assim, uma clara transferência de renda, da pequena produção agrícola para o grande capital industrial. Assim, observa-se a exclusão e/ou a exploração desta população rural, principalmente daqueles que produzem até 50 litros/leite/dia. Uma das alternativas encontradas para estes produtores excluídos foi a comercialização informal, tornando-se independentes da subordinação do capital industrial.
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