Identidades religiosas no romance Marajó de Dalcídio Jurandir
DOI:
https://doi.org/10.5433/el.2014v13.e27061Palabras clave:
Identidade cultural, Sociedade, Religiosidade, Dalcídio Jurandir, MarajóResumen
O romance representa uma das mais importantes obras de Dalcídio Jurandir escritor marajoara, identificado pela crítica como um dos cânones da literatura de expressão amazônica. O livro, cuja narrativa se passa na cidade de Ponta de Pedras, no arquipélago do Marajó, localizado na foz do Amazonas, junto com outros nove romances do escritor, compõe o “Ciclo Extremo Norte” e revela, com primazia literária, a complexidade histórica e cultural da região. Aqui, tomaremos como objeto de estudo, especificamente, as práticas religiosas e suas diversidades culturais, a partir dos personagens Manuel Rodrigues, Mestre Jesuino e Nhá Leonardina. Este artigo considera o gênero romance como um universo de linguagens múltiplas que apresenta ao leitor condições socioculturais capazes de revelar, com riqueza de detalhes, as práticas culturais das sociedades em diferentes momentos históricos. Também nos fundamentamos nas discussões que propõem a identidade como um processo sempre em construção, que se inscreve numa tensão entre o local e o global. Finalizando nossas referências, procuramos nos fundamentar em estudiosos da obra de Dalcídio Jurandir e pesquisadores que investigaram as práticas religiosas na Amazônia. A construção dos três personagens deixa ver como a religiosidade destas populações marajoaras se constituem com as práticas religiosas estabelecidas pela colonização portuguesa e pelas cosmologias indígenas, africanas e de outras tradições que chegaram e continuam chegando à região.
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