Blake e a voz profética do Diabo: dualidade corpo e mente em paralelo a texto e imagem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/el.2017v19.e30714

Palavras-chave:

Dualidade, Demônio, Arte compósita

Resumo

Para além da querela crítica e teórica entre pintura e poesia, os livros iluminados de William Blake podem ser abordados como uma forma de arte híbrida e compósita. Nessa acepção, pretendemos analisar a relação entre o texto e as imagens da lâmina quatro da obra O Matrimônio de Céu e Inferno, intitulada A Voz do Diabo. Essa sessão ataca ideias religiosas dualistas, que fracionam as concepções do “todo humano” entre corpo e alma. Através da crítica ao dualismo, Blake intenta reconciliar os opostos de céu e inferno, corpo e alma e, em um paralelo, poesia e pintura. Como referencial teórico e crítico, utilizaremos autores como Bosi, Frye, Makdisi e Wolfson.

 

Biografia do Autor

Andrio J.R dos Santos, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

Doutorando em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

Enéias Farias Tavares, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

Doutor em Letras pala Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

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Publicado

2017-09-12

Como Citar

Santos, A. J. dos, & Tavares, E. F. (2017). Blake e a voz profética do Diabo: dualidade corpo e mente em paralelo a texto e imagem. Estação Literária, 19, 36–48. https://doi.org/10.5433/el.2017v19.e30714

Edição

Seção

Artigos do Dossiê Temático