A assistência caritativa a infância abandonada e desvalida na cidade de São Paulo no século XIX
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-3356.2011v4n8p963Palavras-chave:
Historia Social, Demografia, Infância, Instituições, CaridadeResumo
Nesse artigo acadêmico será analisada a situação social das crianças abandonadas na cidade de São Paulo durante o século XIX, principalmente a atuação das instituições eclesiásticas no amparo dos pequenos desafortunados, especialmente após a inauguração da Roda dos Expostos em 1825 na Santa Casa da capital paulista. Até o final do século XVIII, o índice de crianças expostas era baixo se comparado com centros urbanos porque as crianças desafortunadas eram acolhidas pelas famílias paulistas, ou pela iniciativa da Igreja Católica motivados pela caridade cristã. Todavia, no século seguinte, a cidade de São Paulo começou a ter um relativo crescimento urbano e populacional, o que acarretou em diversos problemas sociais. Com isso, houve um aumento significativo dos abandonos de crianças que a caridade não conseguiu absorver. A instalação da roda dos expostos veio para diminuir os índices de abandono e infanticídio. Mas apenas a “Roda” não resolveria a questão, toda uma estrutura assistencial foi montada pela Igreja, com a participação da sociedade, para o atendimento dos expostos: amamentação pelas amas-de-leite, adoção pelas famílias, internamento, educação, inserção ao trabalho e casamento para as moças. Esse sistema assistencial fundamentado na caridade religiosa vigorou durante todo o século XIX.Downloads
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