Nietzsche e a Historiografia Prussiana: análise de fragmentos póstumos da Primeira Fase de sua obra

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1984-3356.2017v10n20p979

Palavras-chave:

Historiografia, Século XIX, Nietzsche, Teoria da história

Resumo

Ao observar as relações de Nietzsche com seus contemporâneos verifica-se que ele estava ciente das principais discussões relativas à Unificação da Alemanha (1871). Para a unificação era necessário que os 39 estados alemães compartilhassem o sentimento de pertencimento a uma pátria comum. Nesse meandro, os historiadores prussianos do século XIX desempenharam papel fundamental ao produzir um ambiente filosófico nacionalista, uma maneira científica e objetiva de pensar sobre a história. O objetivo deste trabalho é compreender as interações de Nietzsche com estes círculos intelectuais. Para isto, foram selecionados quatro dos chamados fragmentos póstumos de Nietzsche datados entre 1871 e 1873. De acordo com o ponto de vista de Nietzsche, as pretensões dos historiadores não tinham nenhuma crítica, pois acreditavam, ingenuamente, que a verdade era um alvo tangível. Por outro lado, ele indicou a necessidade de uma história ligada à cultura, que era trabalhada em conjunto com “instintos artísticos”.

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Biografia do Autor

Celso Kraemer, Universidade Regional de Blumenau

Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor da Fundação Universidade Regional de Blumenau.

Dominique Santos, Fundação Universidade Regional de Blumenau.

Doutor em História pela Universidade Federal de Goiás. Professor da Fundação Universidade Regional de Blumenau.

Aniele Crescêncio, Universidade Federal de Ouro Preto

Mestranda em História da Universidade Federal de Ouro Preto.

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Publicado

01-12-2017

Como Citar

KRAEMER, C.; SANTOS, D.; CRESCÊNCIO, A. Nietzsche e a Historiografia Prussiana: análise de fragmentos póstumos da Primeira Fase de sua obra. Antíteses, [S. l.], v. 10, n. 20, p. 979–996, 2017. DOI: 10.5433/1984-3356.2017v10n20p979. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/29106. Acesso em: 16 abr. 2024.