Paisagens do Bosque Rodrigues Alves, Belém (PA): considerações sobre a conservação do patrimônio urbano no contexto amazônico
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-3356.2014v7n14p230Palavras-chave:
Paisagens, Patrimônio, Natureza, Cultura, CidadeResumo
A proposta do artigo é a de discutir a importância do Bosque Rodrigues Alves (Belém – PA) para o contexto urbano da metrópole paraense, buscando refletir sobre o seu estatuto de Patrimônio Municipal, considerando a amplitude de patrimônios que detém. A partir daí, a discussão sobre o tema das paisagens, das sociabilidades e das relações entre natureza e cultura no âmbito da conservação patrimonial voltada a uma área verde urbana, coloca a necessidade de repensar a oposição cultura versus natureza, e a consequente problematização da noção de paisagem cultural como alternativa para superá-la.Downloads
Referências
ALENCAR, Edna F. O tempo dos patrões “brabos”: fragmentos da história da ocupação humana da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, AM. Belém, Amazônica, v. 1, n. 1, p.178-199, 2009.
ANDRADE, I. E-J. Construção e desconstrução do conceito de jardim histórico. Risco, v. 8, n. 2, p.138-144, 2008.
BACHELARD, Gaston. .A Poética do Espaço. Tradução de Antonio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
BAUDRILLARD, Jean. Modernité. In: ENCYCLOPAEDIA Universalis. Paris, 1985. v.12, p.424-26.
BERQUE, Augustin (Dir.). Cinq propositions pour une théorie du paysage. Champ Vallon, 1994.
BERQUE, Augustin (Dir.).Paisagem-marca, paisagem-matriz: elementos da problemática para uma geografia cultural. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Org.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. p. 84-91.
BOSQUE RODRIGUES ALVES JARDIM BOTÂNICO DA AMAZÔNIA. Histórico do Bosque Rodrigues Alves. Adaptação de Biblioteca Bosque Rodrigues Alves. Belém, 2005.
BURKE, Peter. Cultura Popular na Idade Moderna. Europa, 1500-1800. Tradução de Denise Bottman. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
CANCLINI, Néstor G. Culturas híbridas. Estratégias para entrar e sair da modernidade. Tradução de Ana Regina Lessa e Heloísa Pezza Cintrão. São Paulo: Edusp, 1997.
CERTEAU, Michel de. A Invenção do Cotidiano. Artes de fazer. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. 5. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1994.
CERTEAU, Michel de. La culture au pluriel. Paris: Éditions du Seuil, 1993.
CHAGAS, Mário. Casas e portas da memória e do patrimônio. Em Questão, Porto Alegre, v.13, n. 2, p.207-224, 2007.
CHANG, C. Archaeological Landscapes: the ethnoarchaeology of pastoral land use in the Grevena Province of Greece. In: ROSSIGNOL, J.;WANDSNIDER, L. (Eds.). Space, Time and Archaeological Landscapes. New York: Springer Science & Business Media, 1992. p. 65-89.
COELHO, Geraldo M. Um espaço tensionado: a urbanização de Belém da Belle Époque da borracha. In: ANDRADE, Rubens de; TERRA, Carlos (Org.). Avesso da paisagem. Percepção artístico-urbana e imaginário socioespacial. Rio de Janeiro: Rio Book’s, 2012. p. 125-155.
CÓRDOVAL, Juan P. La disputa por el patrimonio biocultural. Un acercamiento desde Mesoamérica. In : PAREJA, M. C.; ROMERO, L. E. A. (Coord.). Patrimonio biocultural, territorio y sociedades afroindoamericanas en movimiento. Buenos Aires: CLACSO, 2012. p. 17-36.
CORRÊA, Alexandre R. Patrimônios bioculturais na hipermodernidade: a crise dos critérios de autenticidade. Pasos. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, Santa Cruz de Tenerife (España), v. 5, n. 2, p.343-251, 2007.
CORRÊA, Alexandre R. Vilas, parques, bairros e terreiros. Novos patrimônios na cena das políticas culturais em São Paulo e São Luís. São Luís: EDUFMA, 2003.
COSGROVE, D. E. Social formation and symbolic landscape. Madison: The University of Wiscosin Press, 1998.
DAMATTA, Roberto. Em torno da representação de natureza no Brasil: pensamentos, fantasias e divagações. In: DAMATTA, Roberto. Conta de Mentiroso. Sete ensaios de antropologia brasileira. Rio de Janeiro: Rocco, 1993. p. 91-123.
DAOU, Ana Maria. A belle époque amazônica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.
DOURADO, Guilherme M. Belle Époque dos jardins. São Paulo: Senac, 2011.
FAVRET-SAADA, Jeanne. “Ser Afetado”. Cadernos de Campo, São Paulo, v. 13, n. 13, p.155-161, 2005.
FUENTES, Agustín. Naturalcultural encounters in Bali: monkeys, temples, tourists, and ethnoprimatology. Cultural Anthropology, Washington, v. 25, n. 4, p. 600-624, 2010.
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.
GOLÇALVES, José R. S. Ressonância, materialidade e subjetividade: as culturas como patrimônios. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v.11, n. 23, p.15-36, 2005.
GUATTARI, Félix. As três ecologias. Tradução de Maria C. F. Bittencourt. Campinas: Papirus, 1990.
HARAWAY, Donna. Manifeste des espèces de compagnie. Chiens, humains et autres partenaires. Paris: Éditions de l’éclat, 2010.
HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Tradução revisada de Márcia Sá Cavalcante Schuback. 7. ed. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Ed. Universitária São Francisco, 2012.
HERZFELD, Michael. A place in history. Social and Monumental time in a Cretan town. Princeton: Princeton University Press, 1991.
INGOLD, Tim. The Perception of the environement. Essays livelihood, dwelling and skill. Londres: Routledge, 2000.
IPHAN. Paisagem cultural. Brasília: Coordenação de Paisagem Cultural, 2009. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=1756. Acesso em: 28 set. 2013.
JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO. Política de coleções da Rede Brasileira de Jardins Botânicos. 2014. Disponível em: http://www.jbrj.gov.br/crag/politica.htm. Acesso em: 12 set. 2014.
LAGE PICOS, Jesús A. La construcción social del bosque y la cultura forestal em Galicia. Tesis (doctoral) - Universidad de Santiago de Compostela, 2001.
LEITE, Maria A. F. P. Uma narrativa da paisagem. Paisagem ambiente: ensaios, São Paulo, v. 28, p.59-78, 2011.
LEITE, Rogério P. Contra-usos da cidade: lugares e espaço público na experiência urbana contemporânea. Campinas: Ed. UNICAMP, 2007.
LEWGOY, Bernardo. A Invenção de um patrimônio: um estudo sobre as repercussões sociais do processo de tombamento e preservação de 48 casas em Antônio Prado/RS. 1992. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - UFRGS, Porto Alegre.
LOWENTHAL, David. Past time, present place. Landscape and memory. Geographical Review, New York, v. 65, n. 1, p.1-36, 1975.
MAFFESOLI, Michel. L’objet subjectif et l’ampleur des relations symboliques. Societés, Paris, v. 3, n. 101, p.23-31, 2008.
MAFFESOLI, Michel. O poder dos espaços de representação. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, v. 116, p.59-70, 1994.
MAFFESOLI, Michel. O Tempo das Tribos - O Declínio do individualismo nas Sociedades de Massa. Tradução de Maria de Lourdes Menezes. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1987.
MAGALHÃES, Cristiane M. Patrimônio e paisagem cultural: reflexões sobre a preservação das paisagens urbanas contemporâneas. Revista CPC, São Paulo, v. 15, p.7-26, 2013.
MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. Tradução de Mauro W. B. de Almeida e Lamberto Puccinelli. São Paulo: EPU, 1974. v. 1, 2.
MIRANDA, Cybele S. Cidade Velha e Feliz Luzitânia: cenários do patrimônio cultural em Belém. 2006. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - UFPA, Belém, 2006.
MORIN, Edgar. Por um pensamento ecologizado. In: CASTRO, E.; PINTON, F. Faces do Trópico Úmido. Conceitos e questões sobre desenvolvimentos e meio ambiente. Belém: CEJUP/UFPA-NAEA, 1997.
NAME, Leo. O conceito de paisagem na Geografia e sua relação com o conceito de cultura. GeoTextos, Salvador, v. 6, n. 2, p.163-186, 2010.
NORA, Pierre. Between Memory and History: les lieux de mémoire. Representations, Berkeley, v. 26, p.7-24, 2009.
PRATS, Llorenç. Antropología y patrimonio. Barcelona: Ariel, 1997.
PRICE, Richard. Memória, Modernidade, Martinica (fragmentos de um livro). ILHA. Florianópolis, v. 2, n. 1, p.47-69, 2000.
PRICE, Sally. A Arte Primitiva em Centros Civilizados. Tradução de Inês Alfano. Rio de Janeiro: UFRJ, 2000.
ROCHA, Ana L. C. da; ECKERT, Cornelia. A cidade e suas crises, o patrimônio pelo viés da memória: por que e como preservar o passado? Habitus, Goias, v. 4, n. 1, p.455-470, 2006.
ROCHA, Ana L. C. da; ECKERT, Cornelia. Etnografia da duração nas cidades em suas consolidações temporais. Política & Trabalho. Revista de Ciências Sociais, João Pessoa, v. 34, p.107-126, 2011.
SANJAD, Nelson. Éden domesticado. A rede luso-brasileira de Jardins Botânicos, 1790-1820. Anais da História de Além-Mar. Lisboa: CHAM/Universidade Nova de Lisboa, v. VII, 2006, p. 251-278.
SANSOT, Pierre. Variations paysagères. Paris: Klincksieck, 1983.
SARGES, Maria de N. Belém. Riquezas produzindo a Belle-Époque (1870-1912). Belém: PakaTatu, 2002a.
SARGES, Maria de N. Memórias do “Velho Intendente” Antônio Lemos (1869-1973). Belém: Paka-Tatu, 2002b.
SAUER, Carl O. A morfologia da paisagem. IN: CORRÊA, R. L. e ROSENDAHL, Z. (orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998.
SEGAWA, Hugo. Ao amor do público. Jardins no Brasil. São Paulo: Studio Nobel/FAPESP, 1996.
SILVEIRA, Flávio L. A. da. A paisagem como fenômeno complexo, reflexões sobre um tema interdisciplinar. In: SILVEIRA, F. L. A. da; CANCELA, Cristina Donza. Paisagem e cultura: dinâmica do patrimônio e da memória na atualidade. Belém: EDUFPA, 2009. p. 71-83.
SILVEIRA, Flávio L. A. da. As paisagens fantásticas e o barroquismo das imagens. Estudo da memória coletiva dos contadores de causos da região missioneira do Rio Grande do Sul. 2004. 764 p. Tese (Doutorado) - Porto Alegre, 2004.
SILVEIRA, Flávio L. A. da.; LIMA FILHO, Manuel F. Por uma antropologia do objeto documental: entre a “alma nas coisas” e a coisificação do objeto. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v.11, n. 23, p. 37-50, 2005.
SIMMEL, Georg. Money in Modern Culture. Theory, Culture and Society, London, v. 8, n. 3, p.17-31, 1994.
SIMMEL, Georg. Sociologia. In: MORAES FILHO, Evaristo (Org.). Simmel. Tradução de Carlos Alberto Pavanelli. São Paulo: Ática, 1983.
TILLEY, Cristopher. A phenomenology of landscape. Places, paths and monuments. Oxford/Providence: Berg Publishers, 1994.
TUAN, Yi-Fu. Espaço & Lugar. A Perspectiva da Experiência. Tradução de Lívia de Oliveira. São Paulo: DIFEL, 1983.
URRY, John. The Tourist Gaze and the "Environment", Theory, Culture & Society, London, v. 9, p.1-26, 1992.
VASCONCELOS, Marcela C. de A. As fragilidades e potencialidades da chancela da paisagem cultural brasileira. Revista CPC, São Paulo, n.13, p. 51-73, nov. 2011/abr. 2012.
VELHO, Gilberto. Projeto e Metamorfose: antropologia das sociedades complexas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 1994.
WEINSTEIN, Barbara. A borracha na Amazônia: expansão e decadência (1850-1920). Tradução de Lólio Lourenço de Oliveira São Paulo: HUCITEC/EdUSP, 1993.
WILLIAMS, Raymond. O Campo e a Cidade na História e na Literatura. Tradução José Eduardo Mendonça. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
ZUKIN, Sharon. Paisagens urbanas pós-modernas: mapeando cultura e poder. In: ARANTES, Antonio A. (Org.). O espaço da diferença. Tradução de Silvana Rubino. São Paulo: Papirus, 2000. p.80-103.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2014 Antíteses
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Antíteses adota a Licença Creative Commons Attribution 4.0 International, portanto, os direitos autorais relativos aos artigos publicados são do(s) autor (es), que cedem à Revista Antíteses o direito de exclusividade de primeira publicação.
Sob essa licença é possível: Compartilhar - copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato. Adaptar - remixar, transformar, e criar a partir do material, atribuindo o devido crédito.
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/