História e Antropologia nas fronteiras do extremo norte do Brasil: o patrimônio cultural dos Wajãpi e uma reflexão sobre as artes indígenas
DOI:
https://doi.org/10.5433/1984-3356.2014v7n14p282Palavras-chave:
Patrimônio cultural, Artes indígenas, Índios Wajãpi, Fronteira norte do Brasil, História e antropologiaResumo
OsOs Wajãpi são indígenas falantes de uma língua Tupi que vivem no início do século XXI na região delimitada pelos rios Oiapoque, Jari e Araguari, no Estado do Amapá, fronteira do Brasil com a Guiana Francesa. Além da riqueza das narrativas orais, os Wajãpi possuem um repertório definido de padrões gráficos que pode ser denominado de arte kusiwa. Os padrões gráficos referem-se, sobretudo, a animais que compõem a mitologia Wajãpi. Em 2002, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) inscreveu a arte kusiwa no Livro de Registro das Formas de Expressão por meio de um dossiê. Tal documento foi elaborado por iniciativa do Apina (Conselho das Aldeias Wajãpi) para ser encaminhado à Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que selecionou as expressões gráficas e orais dos Wajãpi como obra prima do patrimônio oral e imaterial da humanidade, em 2003. O artigo tem por objetivo problematizar a temática do patrimônio cultural, apresentando uma reflexão sobre as artes indígenas em geral e especificamente sobre as artes dos Wajãpi. Espera-se, desse modo, contribuir a respeito dos usos sociais dos patrimônios culturais em perspectiva interdisciplinar, centrando na interlocução entre Arte, História e Antropologia.Downloads
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