Mortalidade de formigas-cortadeiras com ácido salicílico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n4p2599

Palavras-chave:

Atta sexdens rubropilosa, Acromyrmex crassispinus, Controle de formigas-cortadeiras, Manejo de insetos eussociais.

Resumo

As estratégias de controle de formigas-cortadeiras têm sido realizadas principalmente com iscas granuladas, à base dos princípios ativos fipronil e sulfluramida, que são comumente revestidas por substâncias atrativas cítricas. O uso constante das mesmas e a falta de alternativas no mercado podem favorecer a percepção de tais substâncias pelas formigas, causando rejeição para forrageamento e consequente dificuldade do seu controle. Neste sentido, o objetivo do trabalho foi avaliar a mortalidade de formigas-cortadeiras dos gêneros Atta e Acromyrmex, submetidas a aplicação direta com pós secos, em laboratório. Como tratamento preliminar, utilizou-se: um talco antisséptico comercial e, posteriormente seus componentes, com potencial ação inseticida, isoladamente, sendo: ácido salicílico, enxofre, ácido bórico, óxido de zinco, além de um talco inerte (Quimidrol®), como testemunha. Para cada tratamento foram utilizadas 40 formigas (operárias) acondicionadas em poliestireno cristal transparente (Tipo Gerbox), que foram polvilhadas com auxílio de um saleiro, estando com atividade reduzida, devido a permanência em geladeira, previamente ao tratamento. As formigas foram mantidas em 25 ± 2°C, fotofase de 12 horas e a mortalidade acumulada foi observada a cada 24 horas, considerando-se formigas mortas aquelas que não conseguiam manter a posição natural do corpo, ou seja, mesmo formigas moribundas foram consideradas mortas, quando não exibiam reação, ao serem tocadas por um pincel. O talco antisséptico comercial, quando polvilhado sobre as formigas, causa mortalidade de 40%, em ambas as espécies, 24 horas após as aplicações. Estudos subsequentes dos componentes do referido produto comercial detectaram que o ácido salicílico, quando polvilhado tanto para Atta sexdens rubropilosa quanto para Acromyrmex crassispinus, causa mortalidade de 100% das operárias nas primeiras 24 horas. Esse resultado abre uma nova perspectiva de controle, com produto de baixo impacto ambiental, sinalizando uma alternativa de controle em ninhos a campo, podendo contribuir para o controle integrado de formigas.

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Biografia do Autor

Juliana Chiquetti Fazam, Universidade Estadual de Londrina

Doutoranda em Agronomia, Universidade Estadual de Londrina, UEL, Centro de Ciências Agrárias, Londrina, PR, Brasil.

Gabriel Danilo Shimizu, Universidade Estadual de Londrina

Doutorando em Agronomia, Universidade Estadual de Londrina, UEL, Centro de Ciências Agrárias, Londrina, PR, Brasil.

Júlio Cesar de Almeida, Universidade Estadual de Londrina

M.e em Agronomia, UEL, Londrina, PR, Brasil.

Amarildo Pasini, Universidade Estadual de Londrina

Prof. Dr., Departamento de Agronomia, UEL, Londrina, PR, Brasil.

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Publicado

2021-05-20

Como Citar

Fazam, J. C., Shimizu, G. D., Almeida, J. C. de, & Pasini, A. (2021). Mortalidade de formigas-cortadeiras com ácido salicílico. Semina: Ciências Agrárias, 42(4), 2599–2606. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n4p2599

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