TY - JOUR AU - Pirola, Émerson PY - 2020/12/29 Y2 - 2024/03/29 TI - O sujeito endividado como doppelgänger do empreendedor de si: subjetivação pela dívida na crise do neoliberalismo JF - Mediações - Revista de Ciências Sociais JA - Mediações - Rev. Cien. Soc. VL - 25 IS - 3 SE - Artigos DO - 10.5433/2176-6665.2020v25n3p675 UR - https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/39838 SP - 675-694 AB - Tendo como pressuposto a intuição marxista de vincular subjetivação e trabalho, tomamos a via foucaultiana para pensar o neoliberalismo enquanto uma razão governamental que produz sua própria subjetividade funcional, o empreendedor de si, que mobiliza a essência do mercado pela concorrência. Avançando pela via crítica de Lazzarato, levando em conta a financeirização e a sociedade de controle nos deparamos com o sujeito endividado como o principal produto subjetivo neoliberal. Desse modo, introduzimos o conceito de Doppelgänger para pensar o sujeito endividado como o duplo do empreendedor de si, formando uma relação constitutiva entre estes opostos-similares. A subjetivação se dá por esse processo que encarna os personagens conceituais da razão neoliberal em simultaneidade, formando uma síntese disjuntiva que escancara a natureza paradoxal do neoliberalismo e o limite de suas promessas. Por fim exploramos brevemente a hipótese de Lazzarato de que o aparecimento do sujeito endividado seria uma substituição do empreendedor de si (antes que simultâneo), o que acompanharia a tendência autoritária ou fascista do capitalismo atual; mas acabamos por argumentar que, com a noção de Doppelgänger e a duplicidade dos personagens, estamos diante de uma continuidade neoliberal, mesmo se “autoritária”. ER -