Religiosidade na literatura africana: a estética do realismo animista
DOI:
https://doi.org/10.5433/el.2014v13.e27067Palavras-chave:
Realismo animista, Literatura africana, Religiosidade, Animismo, Pós-colonialismoResumo
A descolonização não impediu os resquícios da hegemonia europeia sobre a cultura africana. No campo literário, conceitos deslocados e que não dão conta da realidade africana como <i>Maravilhoso</i>, <i>Mágico</i> e <i>Fantástico</i>, tornam-se signos travestidos, em que a colonialidade se faz presente. A partir do pensamento dos angolanos Pepetela e Henrique Abranches, além do trabalho do sul-africano Henry Garuba, este artigo propõe discutir o conceito de “Realismo Animista” como um valor estético literário, a partir da religiosidade africana - fetichista e anímica.
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