Description: Design sem nome 

 

 

 

 

 

 

 

 


Oralidade e Quadrinhos: Possibilidades Pedaggicas

 

 

Orality and Comics: Pedagogical Possibilities

 

 

Alberto Ricardo Pessoa[1]

https://orcid.org/0000-0002-0231-3778

 

Cristiano Clemente de Souza[2]

https://orcid.org/0000

 

 

Resumo: A proposta do artigo apresentar possibilidades pedaggicas que promovam o ensino da oralidade por meio das Histrias em Quadrinhos. A Justificativa deste estudo se deve ao fato dos quadrinhos serem uma mdia que tem como pblico primordial a criana e adolescente e por ter um discurso verbal e no verbal do qual apresenta um espao sonoro propcio para o estudo da oralidade. Apresentamos o conceito de oralidade, os elementos das histrias em quadrinhos pertinentes para o estudo da oralidade e possibilidades pedaggicas no intuito de complementar as estratgias de ensino e aprendizagem do professor da educao bsica.

Palavras-chave. Oralidade; Histria em quadrinhos; Parmetros Curriculares Nacionais; Estratgias de ensino; Discurso verbal e no verbal.

 

Abstract: The purpose of the article is to present pedagogical possibilities that promote the teaching of orality through Comics. The justification for this study is due to the fact that comics are a medium whose primary audience is children and teenagers and because they have a verbal and non-verbal speech which presents a sound space suitable for the study of orality. We present the concept of orality, the relevant elements of the comic books to the study of orality and pedagogical possibilities in order to complement the teaching and learning strategies of the basic education teacher.

Keywords: Orality; Comics; National Curriculum Parameters; Teaching Strategies; Verbal and non-verbal speech

 

 

Introduo

 

A educao brasileira sofreu ao longo dos anos com discrepncias sociais, econmicas e tecnolgicas, oriundas de polticas pblicas equivocadas e descaso administrativo.

Enquanto algumas escolas se apresentam com infraestrutura capaz de oferecer a melhor experincia de ensino para um aluno igualmente capaz de se desenvolver, h instituies e comunidades que se encontram em condies precrias no que se refere a produzir um ambiente propcio de aprendizagem.

Dentro deste contexto, os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) e mais recentemente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentvel (ODS) se colocam como um eixo norteador no intuito de dirimir essa discrepncia e que coloca o professor como ator mediador deste processo educacional de tantas variveis.

O prprio docente muitas vezes se encontra em sua jornada trabalhista atuando em escolas e comunidades com possibilidades distintas de ensino e aprendizagem. O cenrio do ensino remoto emergencial, decorrente da pandemia oriunda do COVID-19 apenas intensificou a sensao de desigualdade educacional e da necessidade de uma reviso poltica e de interesse pblico em considerar a educao como questo prioritria no Brasil.

partir deste contexto, ns docentes/pesquisadores devemos pelos mais diversos meios, inclusive na apresentao de artigos, debater estratgias de ensino e aprendizagem possveis em um ambiente educacional to desigual, no cabendo aqui dizer como um docente deve ou no ministrar a sua aula, mas criar uma relao interpessoal de pesquisa, emitindo e recebendo da comunidade acadmica apontamentos acerca da educao.

Assim, uma das estratgias de ensino que consideramos pertinente o do uso de produtos de fcil acesso pelo docente e discente, que se caracteriza pela boa receptividade mtua, baixa dificuldade em obter tal material, o baixo custo do mesmo e potencialidade como material complementar para a relao interpessoal de ensino.

As histrias em quadrinhos so uma das poucas mdias que tm a criana e adolescente como public-alvo. No cotidiano brasileiro, as revistas de histrias em quadrinhos geralmente esto posicionadas em bancas de jornais na parte de baixo de prateleiras, propondo fcil acesso para o seu pblico ser capaz de pegar o produto e escolher de forma autnoma, diferente de outros tipos de mdia que geralmente quem pode acessar e apresentar criana o adulto.

Esta autonomia da criana no simples ato de poder pegar e escolher as histrias em quadrinhos, agregado ao fato de ainda ter um baixo custo propicia ao docente possibilidades de trabalho com material de boa aceitao no somente pelo aluno mas a comunidade estudantil em seu entorno.

As histrias em quadrinhos so formadas por uma mirade de discursos verbais e no verbais conectadas por signos dos quais amparados pelo arcabouo imaginrio do leitor apresentam infinitas possibilidades de estudos em torno da oralidade.

Outro ponto positivo que as histrias em quadrinhos possuem no seu uso para o ensino da oralidade o fato de seu contedo ser em sua maioria, baseado em personagens da cultura pop e assim, se ramificar para diferentes produtos como filmes, jogos, peas de teatros e at mesmo marcas licenciadas para aplicao em diferentes formas de consumo que formam novos discursos que so assimilados dentro do espao da oralidade e que o docente e discente podem se beneficiar.

 

 

A concepo de histrias em Quadrinhos

 

            A cincia acerca do que so histrias em quadrinhos de suma importncia para o docente que pretende utilizar enquanto estratgia complementar de ensino, uma vez que dever explicar, selecionar exemplos, manusear materiais e principalmente, criar uma interlocuo com o discente que ao contrrio do professor, possui em seu cotidiano a mdia, histrias e personagens, sejam pelos prprios quadrinhos ou por outros meios de comunicao e linguagem.

            Um exemplo comum o docente utilizar o cartoon e a caricatura como histrias em quadrinhos. Scott McCloud (1995 p.9) afirma que as histrias em quadrinhos so imagens pictricas, concretas ou abstratas das quais em justaposio e em sequncia se prope a se comunicar com o receptor. Ou seja, nesse caso a caricatura e o cartoon no se aplicam pois eles no possuem a premissa de comunicar com textos verbais e no verbais em sequncia.

Quando o leitor consegue realizar uma leitura fluida, a narrativa dos quadrinhos atinge a sua completude, pois se eliminam as fronteiras entre a leitura verbal e a visual, procedendo-se a uma leitura nica. Essa linguagem autnoma e oferece ao seu leitor uma gama de elementos a serem observados separadamente como tipografia, desenhos, perspectiva, onomatopias, narrativa, oralidade e dependendo do gnero que se apresenta, diferentes formas de leitura de uma mesma histria. (PESSOA, p.15, 2010)

Eisner (2005, p.10) aproxima ainda mais as histrias em quadrinhos dos estudos orais quando alega que os quadrinhos estruturam-se conforme disposio impressa de arte e bales em sequncia, ou seja, o balo, para Eisner um elemento essencial e dentro da estrutura da linguagem, o balo de texto simula dilogos e estruturas orais que estimulam o imaginrio do leitor e refrata no seu cotidiano.

 

 

A Oralidade e histrias em quadrinhos

 

A capacidade de articulao oral enquanto forma de se comunicar a primeira a ser desenvolvida, antes mesmo do indivduo ter idade para a vida escolar. A habilidade de construo de textos verbais e no verbais so auxiliados por tecnologias como a escrita e a relao entre textos por linguagens como as histrias em quadrinhos.

O ensino dos gneros orais por muitas vezes negligenciado na educao, muito em parte pela prpria natureza do espao educacional que por si s um espao sonoro e por assim dizer, repleto de manifestaes orais que podem se confundir com baguna, falta de concentrao ou de aproveitamento escolar. O docente acaba por privilegiar gneros textuais como uma estratgia disciplinar ou de conduo da aula, uma vez que em muitas instituies o silncio em sala de aula ainda considerado um item importante para o aprendizado.

Assim, os alunos acabam em seu desenvolvimento apresentando dificuldades em relacionar a oralidade, seja ela formal ou informal com gneros textuais, deixando-os com marcas de oralidade no discurso. Ao mesmo tempo, o indivduo apresenta problemas de oralidade em apresentao de seminrios ao ler o material de apoio, como slides e textos complementares apresentao de maneira aptica, sem a aplicao de entonao, pausa, alongamento, respirao, postura comunicacional perante o seu pblico e tempo de leitura.

As histrias em quadrinhos so em sua grande maioria baseadas em personagens que possuem arqutipos nas histrias de tradio oral e que possuem dilogos com contextos considerados de natureza universal, o que facilita o seu uso para estratgias de ensino focados na oralidade.

As histrias de tradio oral esto presentes em praticamente todas as civilizaes, desde os tempos remotos. Elas so testemunhos, verdicos ou no, que so transmitidos em forma de contos, provrbios, baladas, entre outras. Dessa maneira, os contos tradicionais que conhecemos foram recolhidos por pesquisadores que fizeram seu registro escrito, por vezes fidedigno, s vezes, nem tanto, para que as mesmas no se perdessem ao longo do tempo e se tornassem conhecidas por outras regies e at mesmo naes distintas. (S SILVA, MAI e WANZELER p.79, 2018)

Neste contexto, as histrias em quadrinhos apresentam algumas caractersticas em sua construo que podem beneficiar o estudo da oralidade, pois apesar de ser em um primeiro momento um material textual, ele bastante sonoro.

Nos quadrinhos, a representao da fala na escrita ganhou um estudo particularmente pertinente nossa discusso. Eguti (2001) mostrou que os quadrinhos possuem mecanismos prprios de representao da oralidade. Todos os elementos da lngua oral abordados aqui teriam um recurso correspondente. O turno representado com o auxlio dos bales. O contorno do balo - tracejado, trmulo ou outro - indica nfase ou tom de voz alto. A fala dos personagens indicada por meio de uma seta, chamada de apndice (em Eguti, 2001) ou rabicho (em Vergueiro, 2005a), que vai na direo do personagem. As onomatopias indicam os sons (no falados pelos personagens). (RAMOS, p.06, 2006)

O primeiro olhar do uso das histrias em quadrinhos como estratgia complementar do ensino da oralidade se d pelos seus elementos estruturais. O conectivo entre o texto verbal e no verbal, o balo de texto se comporta como uma veiculao de dilogo entre personagens, ou ainda entre leitor e personagem. Para tanto, o balo de texto se apresenta de diferentes morfologias, com o intuito de enfatizar emoes, entonaes, altura da fala dentre outras indicaes que remetem fala.

As onomatopias so outro elemento pertinente ao estudo da oralidade pelas histrias em quadrinhos, uma vez que elas complementam a paisagem sonora de uma determinada cena, ilustram um som de um golpe, um impacto, funcionamento de uma determinada tecnologia entre outros.

Por meio de onomatopias, o narrador das histrias orais consegue passar de forma realista, vigorosa e convincente a carga emotiva que est por trs do gesto da personagem, dando a ideia aproximada da dramaticidade da cena. (ALCOFORADO, 2008, p. 69-70)

O texto verbal das histrias em quadrinhos so repletos de exemplos de discursos extrados da oralidade, tanto em sua esfera informal quanto formal, uma vez que sua aplicao reside na interpretao oral de seus respectivos personagens. A natureza intrnseca das histrias em quadrinhos o ato de dialogar. Os letristas, profissionais responsveis pela editorao e aplicao dos textos nas artes, procuram explorar elementos que reforam o carter sonoro, tais como o uso de exclamaes, palavras ou expresses em negrito, com tipografias ou cores diferenciadas para determinados personagens.

A anatomia expressiva, bem como os rostos ressaltam a dramaticidade do texto verbal, bem como enquadramentos de cenas. O estilo de desenho ressalta um discurso formal ou irnico.

Por fim, importante destacar a natureza da criao de personagens e histrias que em muitos casos remontam a tradio oral de contar histrias. Todos esses elementos podem, portanto, servir de subsdios para a transposio do aprendizado de gneros orais.

 

 

Possibilidades Pedaggicas

 

recomendado ao docente que o trabalho com oralidade seja constante e progressivo, ou seja, que se inicie da sensibilizao, perpassando pela oralidade informal at os gneros orais mais formais e tcnicos, aprofundando o tema gradativamente. Consideramos que o mesmo deve ser feito em relao s histrias em quadrinhos.

Entendemos que a troca de referncias de histrias em quadrinhos entre alunos e professor uma experincia muito enriquecedora, uma vez que todos os atores envolvidos iro aprender acerca de histrias, personagens, publicaes e o professor, enquanto agente mediador de processo j pode estabelecer com essa sensibilizao trabalhar alguns conceitos de oralidade, estimulando o ato da conversao, da espera, do saber escutar o outro, de promover o ato de contar histrias ou das razes que os motivam para gostar ou detestar um determinado personagem entre outros. No espao da escola, outros agentes podem colaborar com a prtica da oralidade enquanto meio de ensino e aprendizagem.

(...) os profissionais envolvidos nas atividades de leitura podem ser bibliotecrios, professores, pedagogos, escritores, voluntrios etc. os quais devem trabalhar em conjunto com planejamento e discusses sobre o assunto, com intuito de observar um excelente resultado no desempenho dos leitores. (CORRA, p.184, 2017)

Outra possibilidade que envolve quadrinhos e oralidade a prtica da leitura dramtica, ou seja, a leitura para o pblico de uma histria em quadrinhos. O docente pode iniciar promovendo uma leitura de uma histria, de preferncia curta e rica de dilogos, com conectivos, palavras em negritos, balo de texto em formas variadas e personagens com discursos orais distintos.

O ato de contar histrias atribudo, em grande parte dos casos, a algum com maior experincia, como sendo uma atividade que merece ateno e trato refinados, fazendo com que o ouvinte prenda sua ateno quilo que est sendo contado.Esse fator de experincia maior reforado por Benjamin (1994, p. 200), quando diz que o narrador um homem que sabe dar conselhos, ou seja, sendo possuidor de vivncias maiores, aquele que narra assume a propriedade de passar a experincia socialmente compartilhada aos outros membros do grupo. (HAERTER, BARBOSA JNIOR e BUSSOLETTI, p.91, 2017)

A leitura pode iniciar pelo professor e depois ser compartilhada entre os alunos. Essa prtica ir estimular a relao entre leitura e discurso e por ser uma atividade ldica, cabe ao docente gerenciar o espao de fala de cada um. A leitura dramtica pode ser realizada com quadrinhos impressos, slides ou ainda em dispositivos mveis.

Outra atividade que atua na relao entre oralidade e escrita o de recriar dilogos nas histrias em quadrinhos. O Docente pode apresentar histrias com bales de texto em branco e solicitar que o aluno, baseado nas representaes visuais no verbais como as expresses dos personagens, que escreva dilogos com elementos pertinentes aos textos nos quadrinhos, tais como palavras em negrito, exclamaes, frases com marcas de oralidade entre outros. O dilogo reescrito pode servir de base para uma variao da leitura dramtica, pois desta vez podemos observar a leitura a partir de um texto criativo e autoral, o que faz com que o discurso ou a forma que o aluno faz a leitura do texto seja mais espontnea e assertiva.

As histrias em quadrinhos podem servir de escopo para a produo de seminrios, que envolvam a leitura ou discusso de uma histria, ou um tema que possua subsdios para um debate entre alunos.

O mtodo para implantao dessas atividades , justamente, apresentar prticas de leituras, com tarefas que podem ser desenvolvidas de diversas maneiras, tanto em voz alta como em silncio absoluto, individual ou em grupo, na sala de aula ou na biblioteca, com a utilizao de diferentes recursos para criar um maior envolvimento do leitor com as histrias, tais como: msicas, ilustraes de livros, dramatizao com a representao do modo de agir dos personagens, material audiovisual (KUHLTHAU, 2006). Convm ressaltarmos que as atividades devem ser adequadas s diferentes faixas etrias. (CORRA, p.184, 2017)

O escopo da histria pode ser relacionado com a comunidade fandom dos personagens e com isso ser proposto a criao de vdeos, podcasts ou resenha orais, sobre o quadrinho em questo. O aluno passa de leitor a criador de contedo a partir das histrias em quadrinhos. Neste caso o docente pode avaliar se o uso de tecnologias de gravao audiovisual vivel para o espao educacional do qual ele e os alunos esto inseridos propicia o desenvolvimento dessa atividade.

possvel tambm construir os dilogos a partir de situaes elaboradas em um storyboard, por exemplo, desse modo compreender como o contexto interfere diretamente no texto, pois este decorrente daquele. Posteriormente seria possvel representar a cena criada, seja ela um anncio, comercial, ou esquete, ressaltando como o texto muda de acordo com a finalidade, regio, tempo, circunstncia e outras situaes onde seja necessria a articulao entre o que ocorre e o que falado.

Por fim, consideramos a criao de histrias em quadrinhos e seu respectivo ato de ler e apresentar a histria como um ponto relevante na prtica da oralidade, uma vez que o aluno ir criar narrativas com marcas de oralidade para construir dilogos para a trama e apresentar essa histria para receptores como alunos e professores. A leitura e recepo iro trazer ao aluno uma compreenso acerca de sua assertividade textual e oral, apontamentos que iro estimular o aprimoramento do texto produzido e apresentar o aluno no apenas como um ator que aprende, mas como um ator que possui contedo e est disposto a compartilhar com a comunidade educacional do qual o mesmo est inserido.

 

 

Consideraes

 

O artigo apresenta uma proposta de uso de histrias em quadrinhos como estratgia complementar de ensino de oralidade na educao bsica, abordando desde a sensibilizao do aluno ao contexto das histrias em quadrinhos at o estudo da oralidade a partir de quadrinhos escritos e produzidos pelos prprios alunos. Para fundamentar nossa proposta, apresentamos aqui autores que ressaltam o quanto importante o ensino de oralidade e histrias em quadrinhos na educao bsica, alm de pesquisadores que refletiram em concordncia com o autor deste artigo acerca do uso dos quadrinhos para ensinar oralidade.

Dentro do contexto do uso das histrias em quadrinhos e oralidade, importante que o docente esteja aberto a compreender os elementos constituintes das HQs, tanto no contexto da leitura quanto da criao. No solicitamos que o docente saiba desenhar ou escrever quadrinhos, mas que, a partir do conhecimento da linguagem, narrativa e construo de uma histria em quadrinhos seja capaz de gerenciar e apresentar estratgias criativas, que o utilize para ensinar oralidade e os gneros orais para criar quadrinhos.

Solicitamos ainda que o ensino da oralidade seja pensado como um ato frequente e de evoluo ao longo do perodo letivo, e no como uma aula isolada ou um tpico a ser estudado. A oralidade um processo vivo de aprendizado, do qual o discente apresenta um conhecimento anterior escola e ao ato de escrever ou desenhar. A oralidade no deve ser negligenciada em nome de uma suposta ordem disciplinar. Silncio no sinnimo de ateno ou de aula bem sucedida.

O mesmo pode ser recomendado em relao s histrias em quadrinhos. Apesar de ser primordialmente um meio de entretenimento, no devemos subestimar o seu potencial educacional, tanto na questo da leitura, escrita verbal e no verbal, bem como na sua potencialidade, enquanto uma linguagem sonora, a de apresentar potencialidades no uso da oralidade.

No cabe aqui ponderar como ou quais ferramentas o docente da educao bsica deve utilizar para realizar o seu trabalho a contento. Apesar de buscarmos refletir o uso das histrias em quadrinhos e oralidade em mltiplos contextos sociais, entendemos que o Brasil um pas que tem na educao um dos maiores indicativos discrepantes no que se refere condies igualitrias de ensino e aprendizagem.

O que objetivamos enquanto pesquisadores apresentar propostas e ideias que podem ser aproveitadas e debatidas na comunidade acadmica e desenvolvidas em sala de aula. O artigo no apresenta resultados por no ser um relato de experincia. Entendemos o artigo como uma proposta pedaggica, da qual pode ser incorporada e adaptada ao docente dentro do seu contexto e realidade de trabalho em seu espao educacional.

 

 

Referncias

 

ALCOFORADO, Doralice F. Xavier; ALBN, Maria del Rosrio Suarez. Contos populares brasileiros. Bahia; Recife: Fund. Joaquim Nabuco; Ed. Massangana, 2001.

 

CORRA, Jean Pereira. Experincia com a literatura de Cordel como atividade de estmulo leitura no ambiente escolar. In: Boitat, Londrina, n. 23, jan-jul 2017.

 

EISNER, Will. Narrativas Grficas de Will Eisner. So Paulo: Devir, 2005.

 

HAERTER , Leandro. BARBOSA JNIOR, Hlcio Fernandes e BUSSOLETTI, Denise Marcos. A contao de histrias como elemento de resistncia em comunidades quilombolas. In: Boitat, Londrina, n. 23, jan-jul 2017.

 

MCCLOUD, Scott. Desvendando os Quadrinhos. 2 edio. So Paulo: Makron Books, 2005.

 

PESSOA, Alberto Ricardo. As histrias em quadrinhos nas aulas de lngua portuguesa como instrumento de leitura e de produo autoral. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2010.

 

RAMOS, Paulo. possvel ensinar oralidade usando histrias em quadrinhos? In: Revista Intercmbio, Volume XV. So Paulo: LAEL/PUC-SP, 2006.

 

S SILVA, Robervnia de Lima S Silva. MAI rica de Cssia, WANZELER, Zaline do Carmo dos Santos. Literatura e Cinema: As funes narrativas de PROPP em duas verses do conto A Bela Adormecida e suas implicaes para o contexto escolar. In:   Boitat, Londrina, n. 26, ago.- dez. 2018.

 

 

[Recebido: 01 jun 21 - Aceito: 01 jul 21]

 



[1]  Doutorado em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Brasil (2011), Professor Titular da Universidade Federal da Paraba , Brasil.

[2] Professor de Ensino Fundamental II e Mdio – Artes. Licenciatura em Artes Visuais - Centro Universitrio talo Brasileiro