novo olhar influenciou os contos que passaram a vislumbrar o público infantil e juvenil,
mudando as atitudes dos personagens, o cenário dos eventos entre outras características.
Diferentemente do período medieval em que as crianças eram apenas “complementos” nas
histórias, hoje, é possível vislumbramos crianças protagonistas em vários contos.
3.1. Sol, Lua e Tália
A primeira versão do conto “A Bela adormecida”foi lançado em uma coletânea
denominada Pentamerone em 1634 e tem como título “Sol, Lua e Tália”. De origem italiana,
o livro reúne 50 contos coletados da tradição oral por Giambattista Basile.
O conto tem início com o relato da história do nascimento da filha de um grande
senhor (uma outra forma de denominar um rei naquela época). Na ocasião do nascimento,o rei
convoca, como de costume na época, os sábios e adivinhos para saber a sorte de Tália, sua
filha recém nascida. O rei se entristece ao saber que a mesma corre perigo devido a uma farpa
de linho enfeitiçada, manda destruir todas as rocas do reino, mas o previsto acontece. Tália
fere seu dedo com uma farpa de linho que fica presa embaixo de sua unha. Seu pai a deixa
adormecida em seu castelo e vai embora com todos os súditos para bem longe do reino no
intuito de não ver o fim de sua filha.
A história prossegue e depois de muitos anos outro rei sai para caçar e,por acaso,
encontra Tália no Castelo, o mesmo sente um forte desejo por ela e abusa sexualmente da
princesa que está em sono profundo. Depois de nove meses, Tália, mesmo inconsciente, dá a
luz, com a ajuda de algumas fadas, aos gêmeos Sol e Lua. Certo dia, as crianças querendo
mamar não conseguem alcançar os seios de sua mãe, por isso, sugam-lhe o dedo até que a
farpa de linho se desprende e a princesa Tália desperta de seu sono mágico, isto é, de sua
maldição. Depois de algum tempo o rei se lembra da jovem, volta ao palácio e começa um
relacionamento extraconjugal com a moça. No entanto, sua esposa não fica satisfeita com o
ocorrido e tenta assassinar Tália e seus filhos. O plano da rainha falha e Tália assume seu
lugar no castelo e na vida do rei tornando-se oficialmente uma rainha.
3.2. Malévola
A mais nova versão cinematográfica da Bela Adormecida, cujo título é Malévola, é
narrada pela própria princesa Aurora, já idosa. Seu inicio é marcado pela presença de uma
fada boa que vive em um reino encantado que faz divisa com um reino de humanos. Ainda
menina, Malévola conhece Stefan, um menino pobre por quem se apaixona. A princípio, ele
também demonstra algum sentimento por ela, mas seu desejo por riqueza, bem como seu
objetivo de um dia tornar-se rei faz com que ele priorize sua ambição ao invés de seu amor.
Em uma das batalhas entre os dois reinos, isto é, o reino das fadas e o reino dos humanos,
Malévola consegue vencer com vantagem e ainda fere o rei. Este, por sua vez, promete a
sucessão de seu trono aquele que conseguir matá-la. Stefan enche ainda mais seu coração de
cobiça e procura Malévola, faz com que ela beba uma substância que a faz adormecer, com o
propósito de assassiná-la, no entanto, não consegue tirar sua vida, por isso, corta suas asas
com uma corrente de ferro, único metal capaz de ferir uma fada, e as entrega ao rei afirmando
que conseguiu tirar sua vida. Ao despertar, Malévola fica irada e amargurada pela traição de
Stefan e transforma seu reino em um lugar de escuridão. Na tentativa de saber como vivia
Stefan em seu castelo, a fada transforma um corvo em um ser humano, Diaval. Este sofre
várias transformações ao longo da trama para ajudar Malévola. Um dia, ele avisa a fada que o
rei dará uma festa para comemorar o nascimento de sua filha, Aurora. Malévola, então,
encontra uma forma de se vingar de Stefan e comparece ao baile sem ter sido convidada. A
mesma, amaldiçoa a princesa, que deverá picar seu dedo em um fuso ao completar 16 anos e